Fonte: Depositphotos
RECORDANDO...REVIVENDO E...
Se vieres, não te esqueças da rosa que sempre me trazias! Era uma rosa amarela e perfumada que florescia em teu jardim. Ainda as tens? Tinha pétalas macias e aveludadas! Quando eu a colocava no solitário de cristal branco lapidado, ela sorria feliz e vivia dias sem conta, até que outra tomasse o seu lugar. Sua vida era longa, mais do que outras e, talvez, porque fosse colhida pelas tuas mãos carinhosas e o teu coração cantasse que era para mim. Meu coração cantava quando a recebia!
Todas as semanas, uma se abria em teu roseiral. Parecia uma missão, um compromisso. Já eras conhecido quando vinhas, rosa amarela nas mãos, adentrando as ruas no entorno da praça da Igreja onde eu te aguardava. De mãos dadas, percorríamos o espaço que nos separava do portão da minha casa. Era nosso local de encontro.
Havia um senhorzinho de cabelos brancos, apoiando-se na bengala de madeira marrom e cabo dourado, já desgastado pelo tempo de uso, que sorria enquanto nos observava, compreensivo. Lembras-te dele? Sempre tive vontade de lhe perguntar se ele já havia se enamorado em seus áureos anos! Descia as escadas da Igreja devagar e balançava a cabeça quando saíamos apressados. Entendia-nos!
Agora, somos nós dois nos revendo e ele já não se encontra mais ali. Onde estará? Talvez tenha feito a longa viagem para descansar no tempo e retornar em algum momento. Talvez! Há sempre um talvez quando as perguntas não encontram respostas.
Contudo, o raciocínio lógico nos leva a entender que era ele a nos observar ontem e, amanhã, quando o tempo colorir nossos cabelos de inverno (que já se aproxima), sejamos nós em algum lugar a observarmos compreensivos um casal jovem, que nada mais vê ao seu redor porque seus olhares estarão profundamente mergulhados um no outro, enquanto uma rosa passa de uma mão para outra. Será que viverão este romantismo intenso que nos acompanhou pela vida e que ainda está vivo em mim?
Foram tempos diferentes os nossos, ricos em pequenos detalhes que a juventude hoje não valoriza, presa que está em modernices eletrônicas e outras mais que lhes são tão importantes. São tempos!
Entretanto, guardamos o nosso que ainda vivemos como se tivesse florescendo agora. Não podemos negar que foi graças a essas modernices da internet e de redes de comunicação social que nos permitiram o reencontro. Portanto, aguardo-te como combinamos! Mas, se vieres... Ah, por favor! Se vieres, não te esqueças da rosa que sempre me trazias! Era uma rosa amarela e perfumada que florescia em teu jardim...
Fonte: Tarotdoor
Naget, 15 10 2022
SOLANO BRUM - GRATA PELA SUA INTERAÇÃO, CARÍSSIMO POETA.
Amada, venho te visitar
E trago-te uma rosa!
E por muito te amar
A emoção prazerosa!