Lígia, Aline e as toalhas - CRÔNICAS DE UMA ESTAGIÁRIA DE DIREITO - NO POUPATEMPO
A Lígia prestava atendimento a uma moça.
Cabe um parêntesis: nossa amiga Lígia é uma garota inteligente, linda, linda mesmo, educada e sensibilíssima.
Vai daí que logo comoveu-se com a história sofrida. A Aline tentou ajudá-la, mas nenhuma das duas conseguiu enxergar uma resposta eficaz para o problema.
Para encontrar o caminho que não vislumbra, dirige-se a Aline, então, à professora. O Direito não apresentava respostas que lhe pudessem satisfazer. Retornam ao box, em busca de novas informações.
Esse vai-e-vem repete-se inúmeras vezes. As meninas, preocupadas, tentando resolver o problema, e a professora recusando qualquer possibilidade de solucionar o problema pelas vias judiciais.
Ao final, nossa amiga despede-se da moça, com lágrimas nos olhos.
No outro dia, a assistida retorna ao nosso posto, com um embrulho. Fizera duas toalhas, bordadas, muito bonitas. Uma para a Lígia, outra para a Aline. Por gratidão, pelo esforço e compaixão com que a atenderam.
Às vezes, mesmo quando nossa ajuda não se presta para mudar o mundo, pode, ao menos, fazer com que alguém se sinta importante. Importante ao ponto de comovermo-nos com a sua situação e buscarmos caminhos para aliviar o seu sofrimento.
Maria da Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.
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