CORONAVIRUS: NA MESMA TEMPESTADE, JAMAIS NO MESMO BARCO (escrito em 05/04/2020)

CORONAVIRUS: NA MESMA TEMPESTADE, JAMAIS NO MESMO BARCO

(escrito em 05/04/2020)

Cada um sabe de sua vida e de sua situação. Então, não julgue! Irrita, SIM, essa frase “estamos no mesmo barco”. É MENTIRA!

Não, não estamos. Não sejam ridículos. Estamos, NO MÁXIMO, na mesma tempestade, mas JAMAIS no mesmo barco.

O seu barco pode afundar e o meu não e vice versa.

Para alguns, a quarentena está sendo ótima. Momento de reconexão, trabalho... Tudo indo suave etc. Para outros, está sendo uma enorme crise.

Para uns, eis que há paz, tempos de descanso, férias mesmo. Para outros, instante de tortura: “como vou pagar minhas contas?”

Alguns estão preocupados com qual ovo de Páscoa vão comer hoje: kinder ou Lacta... Outros estão preocupados se terão pão para comer até o final da semana, se o arroz e o feijão serão suficientes para suas famílias.

Alguns estão no home-office na fazenda, nas casas, sítios... Outros estão catando lixo, latinhas ou o que der para sobreviverem.

Alguns querem voltar trabalhar porque não tem mais dinheiro. Outros querem matar quem quer voltar trabalhar porque não estão pensando em dinheiro, afinal, já têm uma boa reserva e não precisam se preocupar com isso.

Uns estão com fé em Deus que veremos muitos milagres ainda em 2020. Outros dizendo que o pior nem chegou: apocalipse zumbi vem aí!

Então, nós não estamos no mesmo barco. Estamos passando pelo mesmo MAU momento, mas com percepções, experiências e necessidades COMPLETAMENTE diferentes.

E sairemos, cada um de um jeito, desta tempestade.

Por isso, neste momento, é muito importante enxergar além do que se vê. Focar além de partido político, religião, próprio umbigo...

Não menosprezem a dor do outro porque vocês não a sentem, não julguem a vida boa do outro porque vocês não sabem o que ele passou para chegar lá... Simplesmente, não julguem.

Respeitemos mais. Tanto o que não tem, quanto o que tem de sobra. Quem quer voltar trabalhar ou quem quer ficar em casa.

Afinal, estamos em barcos diferentes.