Das Minhas Lembranças 44
Boa parte dos textos que escrevi no Intercâmbio, viriam a fazer parte do meu livro de bolso Crônicas do Cotidiano Popular, publicado em 2006, edição do autor, que prefiro chamar de edição marginal, por estar à margem das editoras comerciais e da indústria cultural.
Como o informativo teve mais de trinta publicações, não pretendo relembrar todos. Aproveitando que estamos em 2022, ano de eleições, reproduzo o número 6, que foi dedicado às eleições, creio, de 1998:
ODEIO POLÍTICA
José Estanislau Filho
Outubro tem eleição. Mesma história: tapinha nas costas, risos falsos, distribuição de quinquilharias, promessas, etc. Mesma história: eleitor vendendo voto, enganando e deixando-se enganar, etc. Ou desta vez vai ser diferente? Para quem odeia política e políticos, adoram reclamar e xingar, pode vender o voto e a cidade ou votar em qualquer um. Afinal os políticos são todos iguais. Certo? Errado, não são iguais.
A prefeita de Betim é igual ao prefeito de Contagem? É diferente não apenas porque trata-se de uma mulher. É diferente porque governa de modo diferente. Compare! Odiar não é uma boa política e bem ou mal, somos todos políticos. Somos quando lutamos por emprego e salário, casa, saúde, educação; somos políticos quando pechinchamos nas lojas, quando odiamos e anulamos o voto, ou quando votamos em qualquer um. Quem xinga faz a política do xingamento; quem cala faz a política da omissão e da covardia. Quem participa faz a política da participação e está preparado para votar corretamente. VOTA DIFERENTE! Aos outros restam aceitar. Ainda que xingando e odiando.
TRUQUES & GALHOS
...........Geraldo Bernardes
PARA FUGIR DO ASSÉDIO
ELEITORAL DOS CORONÉIS URBANOS
1) Pergunte-lhe sobre todas as atividades praticadas até hoje;
2) Depois procure investigar o que ele realmente tem feito na Câmara em benefício da população em geral. Você perceberá que foi enganado novamente;
3) Se algum cabo eleitoral vier pedir-lhe voto para algum Coronel, siga as instruções 1 e 2;
4) Pergunte ao cabo eleitoral se compensa trabalhar 3 meses na campanha e dar 48 meses de salários, para o Coronel legislar em causa própria;
5) Procure evitar estes vínculos com os Coronéis, pois eles podem se tornar vitalícios;
6) Não se esqueça: a eleição é, também, como um Plebiscito. Se você não está satisfeito(a) com o desempenho de algum político, nem por isso deixe de votar. Pelo contrário, dê seu voto de protesto, votando naquele que mais se identifica com você!
BOM VOTO!
POIS É... Rubens Pinheiro da Cruz e Eliana
LEI DE GERSON:
É vantagem?
É muito comum ouvirmos atualmente as pessoas comentarem: "o mundo não tem mais jeito", "políticos são todos iguais: ladrões e corruptos" e vejam bem!: "aquele roubou mas fez", enfim, "é cada um por si e Deus por todos".
Vivemos um sistema perverso e egoísta que nos induz, propositalmente, a termos determinados comportamentos que tragam vantagens aos poderosos, que idealizaram este sistema. Assim praticamos a Lei de Gerson, a de levar vantagem em tudo e, sem termos consciência disso, a estendermos em nossos lares e comunidade. Ensinamos nossos filhos a não levar desaforo para casa, a levar o melhor e maior pedaço. Já passou por nossas cabeças que eles serão os adultos de amanhã, inclusive políticos? E como? Sem a educação que valorize a solidariedade, honestidade e justiça?
Pois é... É urgente que nos conscientizemos de nossa imensa capacidade como seres humanos, agindo com mais responsabilidade e priorizemos como Lei primeira o respeito profundo ao próximo e o amor à justiça e igualdade. Só assim seremos mais felizes no futuro, num novo sistema, sem miséria, corrupções e vantagens pessoais.
RIR AINDA É
O MELHOR CONTAGEM DAS ABÓBORAS
REMÉDIO
.................................. Marcos Aurélio (Marquinhos)
A coisa é mais ou menos assim: anos atrás havia em nossa cidade um trevo ( espécie de cruzamento de duas ruas), onde os moradores se encontravam para negociar, contando-se assim as abóboras. Daí o nome Contagem das Abóboras. Pois é, como toda boa cidade, tinha à frente de sua direção duas ilustres tradicionais famílias. Uma a conhecida família do Senhor Fulano. A segunda, a tradicional família da Senhora Coisinha. O tempo passou e com ele vieram as melhoras e os políticos, também cidadãos ilustres da boa família contagense, filhos, netos, sobrinhos, primos, etc. da Senhora Coisinha e Senhor Fulano. Vieram as eleições, o ilustre filho da Senhora Coisinha com o vice (claro), neto do Senhor Fulano. Mas este ano as tais famílias resolveram inovar, lançando dois candidatos: um descendente do Senhor Fulano e outro conhecidíssimo descendente da Senhora Coisinha. E pra não dizer que não falei das flores, o fato de fato é que pintou novidade no jardim: uma flor em forma de mulher desabrocha, para mudar as cores pálidas e repetidas nas eleições deste ano.
"O HOMEM É UM ANIMAL POLÍTICO"
Aristóteles