Sobre a podridão que nos assola
“Há algo de podre no reino da Dinamarca”, disse William Shakespeare em Hamlet. Há algo de semelhante em terras tupiniquins. Corrupção, enganação… Shakespeare disse ainda que “A Dinamarca é o leito da luxúria e do incesto abominável….” No Brasil, a mesma luxúria se apresenta como pedofilia.
“Pintou um clima” de que compensa a exploração sexual infantil, ao ouvir o presidente dizer, com as palavras do início da frase, que se sentiu atraído por crianças de 14 anos e sugerir que as crianças, venezuelanas partícipes de um projeto social na comunidade de São Sebastião no Distrito Federal, estariam se preparando para “ganhar vida”, nas palavras do senhor de 67 anos.
Pior: dias depois, a base governista na Câmara dos Deputados evitou que um projeto de lei que torna casos de pedofilia em crimes hediondos tivesse sua votação antecipada, no meio do furacão que envolve tal frase. “Pintou um clima” de impunidade.
Sim. Há algo de podre. Estamos em período eleitoral e a campanha do atual governo, que quer a reeleição a todo custo, vem usando de qualquer tipo de expediente escuso para conseguir o feito: fake news, edição de entrevistas, campanhas em igrejas de todas as vertentes, assédio eleitoral, violência, e tudo o mais que se possa imaginar.
Shakespeare ficaria com os cabelos da careca arrepiados.