TRABALHO, ROUPAS SUJAS
Francisco de Paula Melo Aguiar
Inicialmente é importante que as pessoas aprendam pelo "amor" e ou pela "dor" a reconhecer os seus primitivos sinais de alerta e ou de avisos de mudanças comportamentais diários.
Isso mesmo tem gente que não se "toca" com a mudança repentina do próprio humor oscilante como o farfalhar do canavial ao vento. Então, sem motivos aparentes, perdem as estribeiras, fica estressada, bate boca, faz julgamentos, absolve, condena, sobe o tom de voz, fica fora de si, enlouquece e a paciência evapora como água fervendo.
Aí a vaca vai para o brejo, porque "dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos", ex-vi o escritor português José Saramago (1922-2010), prêmio Nobel de Literatura de 1998.
É assim mesmo, a conclusão que se tira nas entre linhas dos discursos diários de policiais, políticos, autoridades e ou pessoas de qualquer nível e classe social. Em fração de minutos estão bem e in loco mudam e ou se transformam em vendaval e ou megera, isto mesmo, porque "a vantagem de ser inteligente é que podemos fingir que somos imbecis. O contrário seria impossível", na visão do cineasta, ator e comediante estadunidense Woody Allen (1835-?).
A explosão dessa gente vem em cima da buxa e não tem aviso prévio, isto mesmo, porque "todos estamos matriculados na escola da vida. Onde o mestre é o tempo", na visão da poetisa brasileira Cora Coralina (1856-1939), a nossa coração vermelho.
Tudo na vida é um desafio a ser superado, claro, porque os problemas nada mais e nada menos que se apresentam com e ou sem ideologia de esquerda e ou de direita, entre ricos e pobres, patrões e empregados, empregos e rendas, visíveis e invisíveis, letrados e iletrados, etc, não passam de meras oportunidades que se apresentam vestidos de roupas de trabalho sem aviso prévio, uma vez que não há admissão e demissão para ter e não ter paciência para agir e ou se controlar e não perder a cabeça diante dos fatos presentes e ou não.
E até porque "o trabalho é o alimento das almas nobres", segundo o político, escritor e filósofo espanhol Sêneca (4a.C - 65d.C).
Não é por acaso que a impaciência é o norte repentino do desencontro pessoal consigo e com os outros.
Existe tempestade presente em qualquer estação do ano e não é diferente nas relações das pessoas.
O ser humano é a universidade desconhecida em todas suas dimensões e interesses, pode fazer uma tempestade de verão ao surgir do nada em pleno zênite do meio dia radioso e radiante. E ou uma tempestade em um pingo d'água.
Enfim, ideologicamente falando, quando a tempestade emocional e ou mudança de humor explode, evapora e sai do controle é importante ter maturidade para evitar danos, tendo em vista que passado o momento de fúria, o ator e autor de tais ações, também sem aviso prévio, se confessa com vergonha, sic , pede perdão e quer ser perdoado pelas injúrias, difamações, calúnias, crimes, acusações, mortes, dores e prejuízos irreparáveis causados aos outros, isso é um mero álibi para se autoperdoar.
Isto mesmo, porque "a fuga é o instrumento mais seguro para se cair prisioneiro daquilo que se deseja evitar", segundo o médico neurologista e psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939).
Na política assim como em todas as demais atividades profissionais e ou não profissionais, atos, fatos e boatos e ou fakes tem versões diferentes entre a verdade e a mentira, ambos objetos são instrumentos usados na oportunidade de lavar e ou transferir para os outros as roupas de trabalho, portanto, roupas sujas.