O MOCITO DE DENGO

O mocito, dengoso, na mocidade,

No apartamento esvoaçando,

Tem os pais trabalhando, mas ele só na ociosidade,

Sentado, está impetuosamente vociferando.

O mocito fecha o punho e protesta,

Querendo pregar moral para a sociedade.

No apartamento com coleguinhas em festa,

Que iguais a ele trancaram matrícula na faculdade.

O mocito é dengoso, comidinha cai em sua boca.

Mas não falta discurso e assinatura de manifesto,

De gritar os bordões a sua voz já está tão rouca,

Dizendo que a moral dos pais é prato indigesto.

O mocito já está com o bico rachado,

E a tosse vem, às vezes, lascada.

Não lhe falta seu básico baseado,

E anseia pela droga legalmente liberada.

Grita.

Esbraveja.

Regurgita.

Gargareja.

Dá um trago,

Gole de cerveja.

Diz algo vago.

Vertiginosa estranheza.

Jovem dengoso,

Mente aliciada.

Espera o líder mafioso

Ganhar de lavada.