Doutor do amor
São tantos machucados, arranhões e mentiras que o amor virou ilusão, não o amor aos filhos, aos pais, aos amigos, ao papagaio, periquito e os cachorros que nunca irei tê-los, por falta de espaço, tempo e It. O amor é algo complexo, pessoal e intransferível , e não vem acompanhado de receita, entretanto, tem reações adversas e efeito colateral que, muitas vezes, enfraquece a vontade de querer e mata o sentimento. E, quando esses efeitos não são tratados ou corrigidos aumentam o risco de isolamento social, transtornos emocionais e dificuldade de confiança. O problema não está no relacionamento, mas nas pessoas com desvio de caráter e personalidade volátil. A definição do amor é colírio para os olhos, e amar é uma ação que compromete o coração, ao menos de tristeza. Muitos indivíduos, não sabem amar por falta do amor referencial familiar, e na qualidade de vítimas reproduzem o ciclo, ou por queimar e pular as etapas da vida. Nesse sentido envelhecem comportando-se como adolescentes. Destaco em tempo, aquele que mesmo criado em ambiente propício ao amor, escolhe agir às avessas, e para esse recorte não tem perdão. Com isso, não afirmo que o traído torne-se-á oco de emoções, apenas retraído. E, caso, o trauma seja dilatado, sem ajuda de um psicoterapeuta será delicado encontrar alguém que tape os buracos. Talvez, não seja necessário formar par para transbordar de alegria, já que a felicidade é um estado de espírito, o importante é ser feliz sozinho, o resto é conceito. As feridas ensinam a arte de pensar, de corrigir e de controlar. E, as cicatrizes simbolizam os combates de guerra, são tatuagens de aprendizado. Não se debruçar para descrever o amor em prosa e verso não define o sentimento, porque lutar pelas causas sociais é mais altruísta, e o coletivo é o objetivo social. Abrir mão da curvatura umbilical é muito difícil, e quem nasceu com o estigma de estrela, sem querer ou querendo, pode apagar o brilho de alguém. Se for intencional, tá tudo bem, pois querer não é poder. Tem tanta forma de amar e sentir, menos através do discurso. O exemplo é pelo exemplo, e nem tome os contos infantis, menos ainda, a peça de William Shakespeare com parâmetro de verdade. Ninguém morre por amor ou ama a tão ponto, matar o outro é mais fácil, nem que seja de desgosto. Em via de regra, as pessoas cometem suicídio por falta de dinheiro, não por desilusão amorosa, e em muitos casos, o coração se regenera dada a capacidade de amar. O calcanhar de Aquiles disso tudo é o amor pregado pelo indivíduo que nem tem coração, mas se acha doutor do amor.