Aparecida desaparecida
Diz o adágio popular, “entre mortos e feridos, todos se salvaram”!!! Como assim?! Aparecida, do apartamento 171, amiga de infância de Héder, ficou imensamente feliz ao saber do novo emprego do amigo! O melhor: bem pertinho, estava seu prédio do trabalho de Héder. Ele nem precisaria gastar dinheiro com estacionamento – pensou Aparecida. Poderia, tranquilamente, emprestar o cartão de acesso da garagem ao amigo. Afinal, de dia, sairia para trabalhar e sua vaga ficaria livre, não é mesmo?!
E assim fez. Não se deu ao trabalho de avisar a ninguém. O cartão resolveria. Salve a tecnologia! Por mais de uma semana, tudo correu bem. O serviço de portaria nada questionou. Ocorre que uma vizinha de Aparecida, ao ver o desconhecido na garagem da colega, dela sentiu falta. Há mais de uma semana não via Aparecida… Algo muito estranho estaria a ocorrer… A onda de violência teria chegado ao condomínio?
Não hesitou! Foi ao síndico, relatou o sumiço da conhecida e ambos se dirigiram à autoridade policial. A força pública, prontamente, mobilizou esforços e preparou o flagrante. Cadê o corpo?! Héder conduzido foi à delegacia. A imprensa chegou. Notícia quente! Que furo de reportagem!!!
Comoção. Rapidamente, intensa cobertura televisiva. Até helicópteros sobrevoaram o condomínio. Informação é poder! Fotografias, filmagens, entrevistas. Telespectadores distintos a opinar pelas redes sociais… Indignação social. Opiniões diversas. Caso criminal em jogo. Imagens, gravações, declarações. Teleouvintes variados a emitir opinião pelas mídias: “Aparecida era uma boa pessoa, uma boa vizinha…”.
Aparecida, ao ver seu sumiço e o suspeito óbito no noticiário policial das cinco, quase caiu para trás! O pior: soube da matéria por colegas de trabalho que não paravam de tirar onda! E que onda! Tanto quanto constrangida, lá foi ela ao distrito policial esclarecer a situação. Héder e a amiga, depois de horas, liberados foram. Quem mandou Aparecida esquecer o RG?! Teve de provar, por A + B, sua identidade, além da história da liberação da garagem. Graças a Deus, “entre mortos e feridos, todos se salvaram”!!!