Cheiro meu, cheiro seu.
A avenida estava movimentada como de costume.
Nada que não fosse normal para um dia de semana.
A velocidade dos carros que seguiam os dois sentidos, era baixa, afinal, não era uma pista de alta rotação e havia inúmeros comércios ao longo dela.
Algumas pessoas em seus carros, ligavam as setas - outras não - e imbicavam para a calçada, para estacionar e adentrar as lojas.
Num dos carros que estacionaram na calçada, estava um casal de senhores, que deveriam ter entre 60 a 65 anos.
A senhora saiu primeiro e caminhou em direção a farmácia, enquanto o senhor inspecionou algumas coisas dentro do veículo e depois conferiu se ele estava fechado.
Ao ir ao encontro de seu cônjuge que o estava esperando em frente a farmácia, ela diz em voz alta que não estava com as máscaras para poderem entrar na loja.
Ele retorna ao carro e em pouco tempo, já estava novamente caminhando em direção a sua mulher que estava de prontidão para adentrar a drogaria.
Antes de alcançá-la, ele diz em voz alta:
-Qual é a sua máscara, e qual é a minha?
Ela diz não saber, e numa situação inusitada, aproximando as máscaras do nariz, ele cheira uma de cada vez e faz uma careta; e após alguns instantes, diz:
-Essa é a sua, e essa é a minha.
Estende a mão e entrega a da sua mulher.
Cena curiosa e engraçada; não sei qual o odor que as máscaras exalavam, mas, que foi essencial para identificar qual máscara era de quem, não tenho dúvidas.
*escrito e publicado (no Facebook) na época do uso obrigatório das máscaras.