O ORÇAMENTO SECRETO É AMARELO
Consultei os nomes e partidos dos doze (12) deputados federais eleitos no Estado da Paraíba, em 02/10/2022, e calculei os respectivos percentuais.
PL, PP, PR e PSC foram os felizes ganhadores: 80% (oitenta por cento) do total dos partidos que elegeram os doze deputados.
Os adeptos desses quatro partidos (nenhuma mulher), por coincidência (?), vestem camisa amarela. Fácil, fácil de identificá-los.
Os quatro mesmos partidos fazem parte do Centrão. Também é fácil de identificá-los. São os olhos, ouvidos e muletas do governo federal.
Como os demais partidos, esses quatro amarelados partidos receberam, proporcionalmente ao número de deputados, parcela ponderável do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (R$ 4,8 bi) para cobrir os custos da campanha. Correto: todos se beneficiam em condições de igualdade.
Já o Orçamento Secreto (R$ 32 bi), nada transparente, nada democrático, tem a finalidade principal de favorecer o governo federal em sua reeleição. Além disto, no caso de o presidente ser reeleito, o Orçamento Secreto garante-lhe ampla maioria no Congresso (deputados federais + senadores). Onde há parcialidade, há imoralidade.
Sim. A imoralidade reside no fato de esse valor (R$ 32 bi) sair dos cofres da nação.
Assim sendo, trata-se da contribuição obrigatória de todos nós, que aprovamos ou desaprovamos esse governo.
Por outro lado, surgem, ou deveriam surgir, as perguntas dos contribuintes:
- Para quem foi distribuído o dinheiro do Orçamento Secreto? - NINGUÉM SABE.
- O quanto foi destinado ao parlamentar beneficiado? - NINGUÉM VIU.
- Quais os municípios que se beneficiaram com alguma obra decorrente dessa máfia?
Que o diga Mário Sérgio: ...LÁ ONDE NÃO MORA NINGUÉM.
A Ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, exigiu transparência na distribuição e destinação desses recursos - aliás: uma obrigação constitucional. Essa transparência os cidadãos igualmente sensatos e democratas também deveriam exigir.
Os parlamentares (os beneficiários do irrevelável formam a maioria amarelada) se negam a tornar transparente essa compra de apoio dissimulada.
O governo federal (beneficiário de maior peso, porque tudo vai se reverter em seu favor) joga, estrategicamente, o povo contra o Supremo.
Independentemente de nossas convicções políticas ou ideológicas, além de contribuintes involuntários desse montante imoral chamado Orçamento Secreto (que equivale ao orçamento anual de 6 ministérios), o governo federal ainda nos usa como escudos na sua guerra contra o S.T.F., ou melhor: manipula-nos como massa desprovida de neurônios.
Acabou o tempo em que as campanhas eram financiadas pelo capital privado. As grandes empresas (Pessoas Jurídicas) escolhiam os candidatos que tivessem mais chance de ser eleitos, de qualquer partido. Ou os candidatos, de pires na mão, descobriam as empresas que dispusessem de mais capital para gastos na campanha. Não havia um critério estruturado. O que se via eram cofres abertos. Havia Caixa-2. Haviam malas e lavagem de dinheiro. Havia o imoral e teológico intermédio de igrejas... Evidentemente, a corrupção era exacerbada. O troco era cobrado depois de os devedores serem eleitos. Em determinados casos de imoralidade ou extrapolação, a polícia entrava em campo. Aí, com a devida transparência, tomávamos conhecimento dos valores e dos nomes dos corruptos e dos corruptores.
Por decisão do Supremo Tribunal Federal, as normas legais (arts. 31, 38 e 39 da Lei 9906/95) que permitiam doações feitas pelas empresas, pessoas jurídicas, perderam a validade nas eleições de 2016.
Está claro que não foi o Executivo, nem o Legislativo, o responsável pelo fim desse tipo de corrupção eleitoreira, mas o Poder Judiciário.
Depois de uma "queda de braços" entre as duas instituições democráticas - o Poder Judiciário e o Parlamento - os deputados e senadores editaram a Lei13487/17, que criou o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC). Criaram e ao mesmo tempo se beneficiaram, pois que, ficou mais fácil a renovação permanente dos seus mandatos. Mais difícil ficou a renovação do Congresso.
Agora, com o uso e abuso dos R$32 bilhões do Orçamento Secreto, só sabemos os danos. Os donos não aparecem. O corruptor, pela lógica da campanha, é o governo. Lamentavelmente, os corruptos doravante não são mais revelados. Como revelar o imponderável?!... Tudo combinado.
A única pista que nos resta, agora, é que todos eles se vestem de amarelo.
Uma pena!
NOSSA PÁTRIA MÃE GENTIL SE PROSTITUIU!
NÃO TEM MAIS COMO AMAR-ELA.