Fernando Pessoa foi minha paixão quando cursei a faculdade e continua sendo até hoje. Desde a primeira aula de Literatura Portuguesa, seus escritos falaram comigo de uma forma muito intensa. Achava maravilhoso esse poeta e  seus heterônimos e queria  entender as suas diferentes personalidades. 

Acabei escolhendo como meu preferido Álvaro de Campos, quando analisamos seu poema “Tabacaria”. Talvez porque eu era jovem, fiquei impressionada com a solidão que ele expunha, e a incompreensão do mundo em relação ao que ele sentia; ele se analisa, se contradiz, sofre, detalha a vida de uma forma tao real que me comoveu. E como pano de fundo,  a figura da tabacaria  -  saltava aos meus olhos, naquela fase  indagativa  da minha vida. Em uma das provas mensais, tivemos que comparar um poema de  Camões e  Fernando Pessoa. Como nunca senti nenhuma simpatia por Camões (que optou por salvar sua obra e não sua amada), fiquei tão inspirada que escrevi uma folha inteira de papel almaço.

Tenho um livro dele, volume único, em papel pergaminho, em ingles e portugues.  Foi um  presente da minha irmã e muitas vezes antes de dormir releio alguns poemas.
Termino com uma frase de seu heterônimo  Alberto Caiero que muito gosto: “Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.”

 

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Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 11/10/2022
Reeditado em 14/10/2022
Código do texto: T7625129
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