___________________ MEU BRUXO PREFERIDO
Chego ao fim de “A Parasita Azul”, magistral conto de Machado de Assis, e me toma uma sensação de incredulidade: que conto é esse, meu Deus? Fico meio pasma, olhando o ar, sem ter o que dizer. Isso depois de ter parado em cada esquina dos sete capítulos que me arrebataram da primeira à última linha: muitos trechos tive que reler, não porque não os tivesse entendido, mas simplesmente por querer saboreá-los novamente. Não raro, essa sensação se traduz em olho molhado pela emoção que sobe quente de dentro para fora e inunda cada célula do meu corpo, cada cantinho da alma. Fascinante.
A leitura para ser boa tem que ter a magia de mexer com todos os pedacinhos da gente. É indescritível a sensação de se identificar com a escrita de alguém. É inenarrável a boa perturbação que nossos autores preferidos podem nos causar. Muitos escritores mexem assim comigo, mas o “Bruxo do Cosme Velho” sempre foi especial. Esse admirável escritor que muito cedo habitou meu imaginário é, para mim, um ícone, uma referência.
Machado e eu aniversariamos juntos — que alegria saber disso —, embora 120 anos de diferença etária nos separem. No dia 29 de outubro próximo, quando se comemora o dia Nacional do Livro, rendo ao meu Bruxo Preferido minhas fervorosas homenagens de fiel leitora: Ah! Que feitiçaria fantástica esse mago fez em minha vida!
Tema da Semana: Admirável Escritor (crônica)