O EXEMPLO DE UM GRANDE FILOSOFO
Dizer quem foi o filosofo e ensaísta Jean Guitton, parece-me desnecessário, pois é sobejamente conhecido.
Escreveu vários livros; obras dedicadas a " católicos inteligentes"; entre elas: " O Livro da Sabedoria e das Virtudes Reencontradas", editado pela Editorial Noticias, e o " Trabalho Intelectual" Coleção Universitária, da " Logos".
Foi o único leigo a participar no Concilio Vaticano II. Era professor da Sourbone e membro da Academia de França.
Poderia escrever muito mais sobre este Homem da cultura, amigo de Francois Mitterand e de vários Papas; mas, o que pretendo levar ao conhecimento do leitor amigo, é o que se passou, quando do foi incorporado no exército.
O jovem Guitton, que possuía incomensurável fé, perguntou a conhecido sacerdote, se durante o tempo de militar, deveria rezar, de joelhos, ao lado da cama, como era seu costume.
O padre, respondeu-lhe deste modo: " É dever do crente, não se envergonhar da sua fé, e praticá-la em público; mas, compreendo a sua posição..."
Jean Guitton, animado de fé invulgar, indiferente aos camaradas presentes na caserna, ajoelhou-se e orou, perante o respeito e admiração de todos.
Passaram-se longos vinte anos. Guitton, já notável professor, soube que camarada de camarata tinha falecido. Apareceu no funeral.
O pai do companheiro de caserna, professor universitário, diretor da Faculdade de Ciência, logo reconheceu Guitton. Agradeceu a presença e confidenciou-lhe:
Que o filho, que era ateu como ele, falava-lhe muito de Guitton, e admirava-lhe a sua extraordinária cultura; mas, principalmente, o que mais o surpreendera foi a coragem, o exemplo, que deu, como crente, ao ajoelhar-se na caserna, para rezar.
Jean Guitton, desde jovem, não se coagia, como católico, de se afirmar como crente, nos cargos que ocupava, assim como nas numerosas entrevistas e conferencias, que concedeu.
Bem diferente de muitos, que são crentes duplos: católicos no templo, agnósticos, na vida quotidiana – na política, na empresa, na sociedade, – receando que a fé que professam, possa prejudicar-lhes a careira profissional que iniciaram.
Jean Guitton, faleceu a 21 de março de 1999, com 98 anos, confiante na misericórdia divina, pois receava não ter posto todos os dons que recebera, ao serviço de Deus e da Igreja. - Declarou numa entrevista concedida a revista francesa.