Domingo na Praça

9out22

Vejo crianças sorrindo no centro da praça. Umas nos balanços, outras no labirinto vertical e outras correndo de lá para cá. O dia está escuro com cheiro de chuva. O povo cansou do "fique em casa". Se não estiver chovendo canivetes vamos para a rua, vamos interagir, vamos aglomerar.

Neste panorama minha mente viaja e vem até os dias atuais. Nós mineiros, somos as crianças na praça, estamos felizes e sorridentes, balançando entre o ser e o querer, escalando labirintos que no máximo nos trarão para o ponto de partida, ou vamos de cá para lá sem a menor preocupação com a nuvem negra que ameaça o nosso livre caminhar. Será que as montanhas limitam a nossa visão e não nos deixam ver o eldorado que se apresenta no horizonte que está na ponta de nosso dedo. Será que queremos nos vingar por não termos mar e podermos tirar as zigueziras pulando as sete ondas ou tomando banhos de água salgada. Ou será ainda que não aprendemos qual é o nosso Joaquim, o José da Silva Xavier ou o Silvério dos Reis. Minas as vezes se comporta como criança mimada, quer ser teimosa para ser notada. Minas amadureça e entenda que és o coração da Pátria e é de você que será bombeado o sangue que alimentará toda nossa nação. Sangue que ainda que apresente a cor vermelha está amalgamado pela mistura do verde, amarelo, azul e branco que trazes no peito. Acorda Minas e seja do tamanho de sua grandeza.

Geraldo Cerqueira