Academia Brasileira de Letras & Artes
A ABL elegeu Ruy Castro. Excelente! O “mineroca” Ruy Castro é um escritor importante, e sem dúvida mereceu, mas nem sempre a Academia acertou em suas escolhas.
No passado remoto, elegeu Getúlio Vargas! É verdade que Vargas “teria” escrito a Carta-testamento e só o trecho final valeu a eleição “serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”; mas foi só isso, não se conhece nenhum outro escrito de Vargas que o credenciasse a tornar-se “imortal”.
Também elegeu Sarney e na obra desse “escritor” realmente não dá pra garimpar nada que tenha brilho literário, claro que Sarney tem o mérito de ter dado tanto crédito à ABL que realmente parece ter se tornado imortal.
Outros eleitos nos últimos tempos meio fora da curva foram Gilberto Gil, que pelas belas letras de suas canções merece, afinal, se Robert Allen Zimmerman (Bob Dylan) ganhou o Nobel por suas letras, então a eleição do Gil não tem nada de surpreendente, embora não sejam escritores na acepção do termo. Fernanda Montenegro também está na ABL, e também, até onde eu sei, não é escritora, mas quem discute sua arte? Apenas me parece que a Academia – que já derrapou no passado - continua desvirtuando um pouco seus objetivos iniciais - idealizados por Machado de Assis e outros; como sugestão, poderia, por exemplo, adotar o nome que dei a esta crônica, sei lá, é somente um pitaco, uma pequenina contribuição à Cultura Nacional.