ELEIÇÕES DE ESQUERDA OU DIREITA

Chegou o dia, o domingo das urnas, e em tempos em que opiniões políticas se tornam discussões simplistas de sim ou não, saber discutir sem tornar isso uma peleja pode ser um grande passo para a tranquilidade. Não existe só um lado, nem tampouco, uma só sigla. Não existe só o vilão e o mocinho. Todos temos aspectos bons e ruins na nossa personalidade e nos nossos comportamentos.

O que precisamos é reconhecer as diferenças para que a conversa avance e o desenvolvimento do assunto torne-se, se não, ótimo, o mais inteligente e pacífico possível. Podemos acreditar que o que antes se tornaria uma desarmonia sobre uma opinião possa tornar-se uma discussão saudável e com novas perspectivas, independente de quem estiver a nossa frente ou até por redes sociais.

Não é errado discordar, na verdade, a vida é mais interessante pelos pensamentos distintos, então discorde!

Entretanto, a discordância tem que ser em tom respeitoso, será a melhor maneira para ser uma comunicação construtiva. Não ter a razão entranhada nas palavras, não parecer soberbo em assuntos que não se tem certeza e não criticar a opinião alheia, será o mais coerente para não sair com cara de paspalho de um simples bate-papo. Cada um tem a sua ideia de certo e errado. É confuso, mas tudo tem dois lados e, em relação à eleição, está claro que a escolha será esquerda ou direita.

Bem, nesse caso, o que mais me intriga é o amigo deixar de falar com o amigo porque ele escolhe dobrar à esquerda, o parente deixa de seguir o parente porque ele virou à direita. Isso tudo me faz crer que apenas a morte faz com que o sentimento seja igual em todos. Não há partido na partida.

Vale a pena tentar dialogar sobre o que não acreditamos, mas o outro acredita, aprendemos algo interessante até em matérias que criticamos, mas precisamos aprender para passar para a próxima série.

Isso não significa, ao mesmo tempo, que carecemos ser amáveis e delicados o tempo todo. Precisamos utilizar a seriedade para que nosso ponto de vista seja valorizado, tal qual valorizamos a análise alheia. Também é preciso utilizar o bom senso em relação às piadas e o bom humor, existem assuntos que abrem poucas brechas para risadas. Não há maneira perfeitamente correta de se falar, também não há receita que traga certeza de que o outro estará em nosso mesmo patamar de civilidade. Dosar afirmações, e manter-se firme com a verdade pode gerar um conflito interno, podendo corroer as cordas vocais que querem soltar a verdade enquanto a sensatez mantém a integridade e a calma.

O melhor tom de voz unido com a coerência dependerá da educação emocional e autoconhecimento, terão assuntos que não são seus, que serão apenas um tempo despendido a alguém que deseja apenas desabafar. Música, filme, time, religião, tudo isso e mais inúmeros temas serão discussões desnecessárias, gosto é gosto, é só respeitar.

Quem nunca discutiu de forma brusca com um amigo? Quantas vezes nos convidaram a participar de alguma religião? Quantos já pediram o seu voto?

Dentre todos os percalços causados por inúmeras razões, vivemos dias obscuros de muita despedida inesperada e a sensibilidade está extremamente aflorada, sendo assim, tenhamos opiniões, mas se externa-las cause alguma dor, melhor evitar.