A pintura
Assim como Liesel Meminger fazia a Max Vandenburg quando ele estava no porão da casa dela, farei-o aqui, mesmo que miseravelmente.
Como numa pintura de Monet...
...ali estavam as camadas de montanhas, umas verdes outras azuis, ambas de um tom vívido e sem brilho.
Porque o sol não lhes tocava diretamente por estar escondido detrás do manto de nuvens brancas em degradê com o cinza pálido.
O anu-branco e o pardal deleitavam-se bicando as próprias penas num pentear dançante.
Estavam todos os pássaros em festa naquela manhã primaveril.
De repente o anu apareceu com uma lagarta de coqueiro no bico e o colibri bebeu da flor da aloe vera.
O sanhaço-azul, cismado, comeu a maracujina de soslaio.
As árvores, antes nuas, vestiam-se de novas folhas.
Acontecia plácida, na sutileza da natureza, a vida.