POLÍTICA DE TERRA ARRASADA
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Deus nos livre do discurso de desabafo de terra arrasada dos candidatos que querem ocupar cargos eletivos no Brasil.
O país está quebrado com o pires na mão, porém, mesmo assim todos querem ter a “missão” de ocupar os postos do quero, do posso e do mando para não serem mandados, salvo a escravidão da massa mandante em ter que trabalhar para pagar a conta com suor, lágrimas, fome, desemprego, onde só lhes pertencem deveres e nunca direitos, letra morta no ordenamento jurídico nacional, diante das práticas presentes das desigualdades e preconceitos aqui existentes entre todas as classes sociais. Aqui o termo "unidade" para a maioria da população não passa de uma palavra bonita, isso não se refere a nada real na vida dos mortais que trabalham para manter os imortais. Algo sem contexto prático na realidade em que tudo representa terra arrasada, nua e crua. Esse grande mistério nacional é a síntese dos discursos e fakes mandantes e mandatários do antes e do durante a campanha eleitoral, sic, como prenúncio do depois de apuradas as urnas e empossados os eleitos. Tudo continuará como antes, onde o eleitorado inevitavelmente nadou e outra vez morrerá na praia do imaginário popular da inexistência real dos velhos e novos problemas internacionais, nacionais, estaduais e locais. O discurso do depois será que o Brasil está quebrado que Fulano e sua gangue quebrou para justificar o passado, o presente e o futuro da população usada como massa de manobra de quatro em quatro anos. Que a guerra tal afetou a tudo e a todos, por falta comida, de adubo para o agronegócio que fomenta os agrotóxicos da agricultura e da cultura e inteligência nacional para a população se conformar diante do Estado de Direito que se tem e que foi novamente enganada e afogada nas águas do sertão que virou mar, apologia ao ideal do beato Antônio Conselheiro e seus seguidores, retratado em “Os Sertões”, pelo escritor e historiador Euclides da Cunha, que conta o que viu e assistiu na Guerra de Canudos, na última década do século XIX, uma das primeiras vitórias oficiais do então neófito sistema republicano brasileiro, onde a força pública dizimou o beato e seus companheiros, por pensar diferente do governo central. Assim sendo, é mera ilusão pensar em afeto que tanto se tentou passar sem querer querendo nas entrelinhas dos discursos, ideologias e interesses pessoais e individuais dos candidatos envolvidos para envolver e ou enrolar e ou enganar a massa votante até o “manguezal” do voto, semelhante a caranguejo que nasce, vive e morre no buraco de lama de entrada e saída única, onde é catado e ou aprisionado por quem não tem mandato público e paletó exposto na cadeira rodante de serviço e/ou de função pública, pago por todos e nunca recebido nada em troca. Então, onde está a ideia de afeto do eleito pelo eleitorado depois da campanha? Isso não é comunhão e muito menos solidariedade humana, menos favor, porque o eleito não vai gastar e/ou dar nada de seu próprio bolso. A nação que se vire nos trinta como mote e / ou tema de enredo de escola de samba, cantado em verso e prosa no maior circo de ilusão do imaginário popular da terra arrasada, enquanto invenção e criação da cultura brasileira para o mundo.
Infelizmente o horário eleitoral desenvolveu em versos e prosas o discurso de ódio de um contra o outro, onde um é santo e o outro ladrão, isso é um legado anárquico emocional da cultura de terra arrasada e sufocada para justificar que nada fez e nada fará, porque tudo tem como paradigma os efeitos da globalização de bens, serviços e produtos que trazem para dentro do Brasil, portanto, para dentro de nossa casa, via a internet, as redes sociais, a televisão, o rádio, o celular e tantos outros meios lícitos e ilícitos de comunicação e de manipulação da massa, portanto, instrumentos usados na construção da infelicidade que justifica a pobreza na visão do mundo brasileiro. Triste legado da campanha política patrocinada com o Fundo Partidário pago por todos nós. Essas fantasias passam a povoar dias, noites, fins de semanas, férias, etc, que faz a população massificada não ter tempo de apreciar e ou refletir suas diferenças individuais e seus problemas empurrados pela barriga: salário de passar fome, álcool, gasolina, óleo diesel, gás de cozinha, cesta sem o básico alimentar, energia elétrica, água e esgotamento sanitário, educação precária, saúde na UTI, segurança em ritmo de guerra civil interna à luz do dia, desemprego, inflação, PIB desacreditado, corrupção, etc. Em suma a campanha política que se finda é mais um carnaval "democrático" que passou no imaginário nacional.