Pacto pela Democracia

A Democracia brasileira, nem bem inicia os primeiros passos, é interrompida por golpes. Entre 1954 a 1963 sofreu quatro ataques frustrados. A UDN tentou impedir a posse de Juscelino. Com passos trôpegos chegou a 1964, interrompida num golpe militar, que durou mais de vinte anos.

Os argumentos dos golpistas são sempre os mesmos: o combate ao comunismo e a corrupção. Com Deus, Pátria e Família.

Na sociedade civil, o suporte vem, principalmente de amplos setores da classe média. Com isso, a nossa democracia não chega à fase adulta. O comunismo nunca foi uma ameaça. A corrupção se combate com mais democracia. Nas ditaduras ou nos pretensos ditadores, a sujeira é jogada debaixo do tapete da censura e dos sigilos ad infinitum.

O que aconteceu em 1916 foi um golpe, que não se completou no sentido tradicional, pois o processo "democrático" continuou.

Chegamos em 2022, com o candidato à reeleição anunciando em suas redes antissociais, que só aceita um resultado: a sua vitória no primeiro turno. Como assim, cara pálida? Caso isso não ocorra, a culpa é das urnas eletrônicas e do TSE. As mesmas que o elegeram ao longo de trinta anos. E aos seus filhos. Tem ou não cheiro de golpe no ar?

Nenhum candidato pode se considerar eleito antes da contagem dos votos.

Veja bem, minha cara leitora e eleitora, meu caro leitor e eleitor, que gosta ou não de Lula. A nossa frágil democracia encontra-se de novo sob ameaça de um golpe. E precisamos preservá-la. Ela só amadurece e torna-se sólida com sucessivas eleições. Interrompê-la, sob qualquer pretexto, é postergar o sonho de vermos o nosso país realmente livre do atraso.

A julgar pelas palavras de Bolsonaro, e pelas pesquisas, que indicam a possibilidade de vitória de Lula em primeiro turno, suas falanges estarão nas ruas, nesse 02 de outubro, de verde amarelo, para nos intimidar. Assim agem os inimigos da democracia. Vamos votar em paz, sem responder as provocações. Exerça o seu direito de escolher quem vai nos governar por mais quatro anos. De preferência, que seja Lula, 13.