Onde andará minha princesinha?
Era uma vez uma não-avó que vivia a sonhar com uma netinha. Imaginava-a com rebeldes cabelos castanhos encaracolados, lindos olhos esverdeados e um sorriso maroto encantador.
Para ela compôs no coração músicas maravilhosas, desenhou vestidinhos rodados, aprendeu a enfrentar montanha-russa, a não enjoar em aviõezinhos e a fazer algodão-doce.
Fantasiou dias inteiros de amarelinha, de corridas e pedaladas e esconde-esconde na praça.
Reservou seus contos de fadas, ogros, silfos e decorou a história do rei que teve uma idéia toda azul. Junto com os livros empilhou elefantes, tigres, vacas e se preparou para enfrentar o monstro insone das cólicas.
Só para ela idealizou uma casa no campo. Com uma enorme varanda em arcos, iluminada pelo amarelo da trepadeira de amor-agarradinho. E redes coloridas, com as franjas varrendo o chão para facilitar a subida das perninhas e vislumbrava-a sorrindo em sonhos, acalentada pelo barulhinho hipnótico do balançar.
Plantaria metros e metros de gramado para vê-la correr, rolar e se deleitar com os gatos, cachorros e gansos. Isso mesmo, gansos. E aprenderia a fazer e empinar pipa, jogar bola-de-gude e futebol, porque dominando os segredos masculinos sua princesinha não teria rival.
Todas as manhãs a não-avó elaborava futuras aulas de jardinagem, procurava aprender o nome de cada pássaro, a reconhecer pegadas e a montar armadilhas. Queria estar pronta. Desejava muito poder participar, ensinando um pouco de tudo. Do tricô à computação.
Acreditava que toda avó deveria morar em um lugar apropriado para se passar as férias e, por isso, fazia planos de comprar uma aconchegante casa em sua praia favorita. Iria ensinar sua princesinha a amar aquele paraíso e a respeitar o mar. Passariam horas e horas catando conchinhas na areia, ou simplesmente deitadas embaixo das amendoeiras esperando o homem da carrocinha de tortas passar.
Mas quem passava mesmo era o tempo. E o seu sonho não se realizava. Acreditava haver imaginado todos os detalhes e, no entanto, deixara um escapar. Esquecera de contar o seu sonho para quem poderia torná-lo realidade.
Era uma vez uma não-avó que vivia a sonhar com uma netinha. Imaginava-a com rebeldes cabelos castanhos encaracolados, lindos olhos esverdeados e um sorriso maroto encantador.
Para ela compôs no coração músicas maravilhosas, desenhou vestidinhos rodados, aprendeu a enfrentar montanha-russa, a não enjoar em aviõezinhos e a fazer algodão-doce.
Fantasiou dias inteiros de amarelinha, de corridas e pedaladas e esconde-esconde na praça.
Reservou seus contos de fadas, ogros, silfos e decorou a história do rei que teve uma idéia toda azul. Junto com os livros empilhou elefantes, tigres, vacas e se preparou para enfrentar o monstro insone das cólicas.
Só para ela idealizou uma casa no campo. Com uma enorme varanda em arcos, iluminada pelo amarelo da trepadeira de amor-agarradinho. E redes coloridas, com as franjas varrendo o chão para facilitar a subida das perninhas e vislumbrava-a sorrindo em sonhos, acalentada pelo barulhinho hipnótico do balançar.
Plantaria metros e metros de gramado para vê-la correr, rolar e se deleitar com os gatos, cachorros e gansos. Isso mesmo, gansos. E aprenderia a fazer e empinar pipa, jogar bola-de-gude e futebol, porque dominando os segredos masculinos sua princesinha não teria rival.
Todas as manhãs a não-avó elaborava futuras aulas de jardinagem, procurava aprender o nome de cada pássaro, a reconhecer pegadas e a montar armadilhas. Queria estar pronta. Desejava muito poder participar, ensinando um pouco de tudo. Do tricô à computação.
Acreditava que toda avó deveria morar em um lugar apropriado para se passar as férias e, por isso, fazia planos de comprar uma aconchegante casa em sua praia favorita. Iria ensinar sua princesinha a amar aquele paraíso e a respeitar o mar. Passariam horas e horas catando conchinhas na areia, ou simplesmente deitadas embaixo das amendoeiras esperando o homem da carrocinha de tortas passar.
Mas quem passava mesmo era o tempo. E o seu sonho não se realizava. Acreditava haver imaginado todos os detalhes e, no entanto, deixara um escapar. Esquecera de contar o seu sonho para quem poderia torná-lo realidade.