NECESSIDADE. ENGANAR A VONTADE.
O alimento comum frequenta o prato das necessidades. E elas são mínimas ou extravagantes. A menor é aquela que sacia a fome, a maior o acúmulo indevido. Este reside em ter o absolutamente desnecessário que retira o necessário de quem necessita o mínimo.
O muito de poucos sempre foi na história o nada de muitos.
O pensamento revoluciona as gentes por pretender uma ordem natural de direitos instalada, mas nenhum eco se ouve com força para recusar o que é desnecessário. Muitas voltas são dadas e estamos sempre no mesmo lugar, com aumento de povos e produtos, sempre ausente o meio único da dignidade, o alimento comum da necessidade dividido com justiça, sem arroubos de trancamento da liberdade, o maior bem humano.Sem liberação ainda da selvageria consumista, solução que também não soluciona.
Ouçam-se os historiadores, verifiquem-se os movimentos de liberdade, lá estará a necessidade.
Assim torna-se alimento comum a necessidade humana, as legitimas e ilegítimas necessidades, estas quase sempre empunhando a força como histórico, não só armada, mas de segregação da vontade, capciosamente, em urdiduras conhecidas dos mais aparelhados em retirar em ditaduras da vontade o que seria direito natural.
Ideias são fictas, necessidade é realidade. A história tem ensinado que harmonia não está em subtrair liberdades a qualquer preço e por qualquer meio, nem a necessidade pode ser mecânica de envolvimento político da vontade de quem necessita e é enganado.