Uma Rainha chamada

                     Margaret 

     1. Podem me incluir entre os admiradores do jornalista Elio Gaspari, da "Folha de São Paulo". Acostumei-me a ler sua coluna, sempre recheada de surpreendentes notícias; confirmando-o como um jornalista bem informado e de credibilidade comprovada. As informações são colhidas em excelentes fontes. Tarimbado, ele nunca as revela. Revelá-las, será secá-las. Ele sabe disso.

     2. Graças ao Elio Gaspari, o Brasil tem, hoje, em cinco volumes, a mais completa história do golpe militar de 1964 que derrubou o Presidente João Goulart. São eles: "A ditadura escancarada", "A ditadura encurralada", "A ditadura envergonhada", "A ditadura derrotada" e a "Ditadura acabada". Comprem e leiam. Vale a pena.

     3. Foi na "Folha" do dia 18 deste mês, setembro, que voltando à coluna do Gaspari, dei de frente com esse pequeno título: "A rainha morreu, viva a rainha". Não me assustei porque sabia que, além de Elisabeth II, outras rainhas existiam por este mundo afora.           Nenhuma, claro, com o fulgor e o charme da saudosa soberana dos ingleses. E charmosa foi durante seus 70 anos de reinado. 

     4. Com o seu "viva a rainha", o Elio mostrou as qualidades de Margaret II, a nova mais velha monarca do planeta. Margaret II é a rainha da Dinamarca, tem 82 anos de idade e reina desde 1972. Achei que essa notícia não podia passar despercebida. Por isso, decidi dar-lhe realce, usando minha modesta caneta. 

     5. Elio descreveu o que ele chamou de "marcas" da Rainha Margaret II: sua simplicidade, seu "sorriso contagiante" e suas "roupas luminosas", às vezes por ela desenhadas. Margaret II, como Elisabeth II, vem da nobreza alemã. Ficou viúva de um francês que não aceitava sua marcante informalidade. As desavenças levaram o morto a deixar este pedido: não enterrá-lo ao lado de sua mulher. 

     6. Margaret II esteve duas vezes no Brasil. Na segunda vez, em 1999, era Presidente da República o senhor Fernando Henrique Cardoso, segundo Gaspari,  "outro monarca que se divertia reinando". O sociólogo e sua mulher, Rute Cardoso, deram, com certeza, à ilustre visitante um tratamento que, em nenhum momento, desmentiu a tradição hospitaleira dos brasileiros.

     7. Outro cidadão ilustre, lembra Gaspari, visitou  Margaret II, no seu Palácio.           Esteve com sua majestade o senhor Luiz Inácio Lula da Silva. Em Copenhage, Lula não perdeu tempo e disse pra quem quisesse ouvir que estava feliz ao passar por "um país em que dirigentes sindicais podem comer caviar".  Fico por aqui.

          Viva Elisbeth II, viva Margaret II.

          É doce, encantador até, saudar rainhas...