Peladeiro em Compotas
ADORO futebol, desde criança. Sou torcedor do Sport em Pernambuco, Ipiranga na Bahia, Cruzeiro em Minas, Inter no Rio Grande do Sul, Santos em Sampa, Fortaleza no Ceará e, claro, Botafogo no Rio. Meus times no jogo de botão eram o Sport e o Botafogo. Sou do tempo que ouvia os jogos somente pelo rádio.
Mas cheguei também a jogar bola, driblava, dava passes arretados e controlava bem a redonda. Mas o chute era fraco, uma cafofa. Mais: só aguentava jogar meia hora, no máximo um tempo. Motivo: a asma me proibia de jogar, cansava logo, quase desfalecia, faltava fôlego. Como era amigo de todos, inclusive dos adversários, ninguém entrava forte e evitavam qualquer encontrão comigo. Isso me irritava, me sentia humilhado. Por fim veio a humilhação maior: descobri que os beques adversários estavam me deixando passar por eles para me ajudar. Não aceitei, mesmo reconhecendo a amizade. Preferi deixar o futebol. Só mais tarde, já adulto voltei a jogar, mas futebol de salão. Mas a asma também impedia.
Ainda hoje revendo fotos antigas vejo com emoção as fotos que apareço no nosso time com a camisa oito. Saudade do peladeiro em compotas que não conseguiu driblar a asma. Inté.