MITO DE SÍSIFO.
MITO DE SÍSIFO.
Por esses dias, ou meses, pensei muito no mito de Sísifo, acho até que me tornei no próprio. Se você nunca ouviu falar de Sísifo, permita-me apresentá-lo de maneira resumida.
Sendo assim.
Um dia, Sísifo viu a bela Egina ser sequestrada por uma águia a mando de Zeus. ( Vamos combinar, esse Zeus é o tipo de divindade que não podia ver um rabo de saia, mas... Voltemos à história ). Egina era filha de Asopo, deus dos rios, que estava muito abalado com o sumiço da filha. Vendo o desespero de Asopo, Sísifo pensou que poderia tirar vantagem da informação que tinha e contou-lhe que Zeus havia sequestrado a moça. Mas, em troca, pediu que Asopo criasse uma nascente em seu reino, pedido que foi prontamente atendido. ( Nada bobo esse Sísifo, essa história de tirar vantagens de certas situações ou informações é mais antiga do que se pensa).
Zeus, ao saber que Sísifo havia lhe denunciado, ficou furioso e enviou Tânatos, o deus da morte, para levá-lo para o mundo subterrâneo. Mas, como Sísifo era muito esperto, conseguiu enganar Tânatos ao dizer que gostaria de presenteá-lo com um colar. Na verdade, o colar era uma corrente que o manteve preso e permitiu que Sísifo escapasse. ( Espertinho esse Sísifo ). Com o deus da morte aprisionado, houve um tempo em que mais nenhum mortal morria. Assim, Ares, o deus da guerra, também se enfureceu, pois a guerra necessitava de mortos. Ele então vai até Corinto e libertou Tânatos para que conclua sua missão e leve Sísifo para o submundo. ( Olha a merda ). Sísifo, desconfiando que isso pudesse ocorrer, instrui sua esposa Mérope a não lhe prestar as homenagens fúnebres, caso ele morra. Assim foi feito.
Ao chegar ao mundo subterrâneo, Sísifo se depara com Hades, o deus dos mortos, e lhe conta que sua esposa não havia lhe enterrado da maneira adequada. Então ele pede a Hades que volte ao mundo dos vivos apenas para repreender a esposa. Depois de muito insistir, Hades permite essa visita rápida. Entretanto, ao chegar no mundo dos vivos, Sísifo não retorna e, mais uma vez, engana os deuses. ( Esse Sísifo... Olha! digo nada viu ).Sísifo fugiu com sua esposa e teve uma vida longa, chegando à velhice. Mas, como era mortal, um dia foi preciso retornar ao mundo dos mortos. ( A conta chega meu rapaz).
Lá chegando, se deparou com os deuses que havia ludibriado e então recebeu uma punição pior do que a própria morte. Ele foi condenado a realizar um trabalho exaustivo e sem propósito. Teria que rolar uma enorme pedra montanha acima. Esse é o mito, e como sabemos, uma vez a pedra no topo da montanha ela era rolada novamente para baixo, e Sísifo foi condenado a refazer a mesma tarefa, eternamente.
Mitologias apartes.
Às vezes, eu, você, nos sentimos exatamente assim como Sísifo, condenado a realizar trabalhos exaustivos, e, a princípio, sem propósito nenhum, rolar pedra acima para vê-la desabafar. De repente, o meu e o seu trabalho traga essa sensação de não existencialismo, confesso que por muitas vezes me senti assim, um tipo de Sísifo. Trouxe essa história na crônica deste domingo para dividir com os leitores esse momento, essa sensação de esquecimento. Contudo, como dizia um amigo, Padre Francisco: "Tudo passa Tiago, nada dura para sempre". Os gregos, por costume e cultura, espelham suas angústias e mazelas da vida em histórias ficcionistas de, "supostos" deuses, tão humanos e problemáticos quanto eu e você.
Espero, com toda esperança e fé que realmente passe essa sensação Sisifiana, se é que posso chamar assim, afinal, ( Tudo passa, só o amor de Deus com "D" maiúsculo permanece.