"Depois de cuidar do seu Jardim, ela foi atrás das borboletas "

E foi bem assim o que aconteceu. Marina, há algum tempo viúva, inscreveu-se num site de relacionamento, por indicação de um casal de amigos que se conheceram por lá, mais por curiosidade. Parecia uma vitrine onde se escolhe o item que se deseja. Separou alguns que, no caso, a princípio, poderiam ser bons parceiros. Observava minuciosamente cada detalhe e se impressionava com as fotos postadas. Os pretendentes sequer se importavam com o ambiente escolhido para fotografar. O que havia nos entornos era de impressionar. Alguns se mostravam.nas fotos em que estavam co

à mostra, roupas íntimas penduradas,Outros, em locais com o teto da casa que parecia desabar; panelas e outros apetrechos pelos cantos; latas com lixo pelos ladrões; fotos nos banheiros, com vaso à mostra. Alguns, com sorrisos largos, pondo à mostra bocas sem dentes, sem pudor. Realmente inacreditável! A princípio, pensou ser proposital, mas depois, viu que não poderia ser, já que as fotos eram de pessoas e ambientes diferentes. Tão detalhista, ela conseguiu encontrar apenas dois interessantes. Aqueles, sim, souberam como e onde pousar para as lindas fotos! O primeiro já havia deixado, em seu perfil, um "gostei de você!". Ela escreveu o seu "Oi!" para os dois, que responderam de imediato. Coincidentemente ambos eram médicos. Um psiquiatra e outro médico cirurgião de trauma. O primeiro, argentino, disse que, além de ter uma Clínica onde assistia os internados de todo tipo, inclusive alguns assassinos, levados pelas polícias, para constatação de doenças mentais a fim de uma internação ou cadeia, também trabalhava em hospitais. Ela brincou, dizendo que se ele soubesse parte de alguns de seus pensamentos e das "viagens astrais" que costumava fazer, com certeza, iria querer interná-la. Conversou com esse por algum tempo, mas não prosseguiu pois o outro tinha mais atrativos e seu coração bateu mais forte. Com esse, viúvo, a conversa foi ficou mais avigorada. Brasileiro, criado em Porto Rico, resolvera prestar ajuda num campo de refugiados, na Somália. Assistia o doente, prestando-lhe socorro imediato. Já estava por lá há algum tempo. Primeiro, conversaram no site, depois, no whatszap, por vídeo .O desejo de se verem pessoalmente aumentava a cada palavra. Foi então que ele resolveu se desligar do acampamento e retornar ao Brasil onde também havia deixado a única e linda filha de 15 anos, com sua mãe querida, já com 86 anos, num município do Paraná. Depois de passar alguns poucos dias com as "meninas", preparou-se para vir ao Rio e, assim, ficarem frente a frente. Ela o esperou por todo o dia e, já acreditava que ele não viria, quando ouviu o toque do intrrgone. Olhou nas câmeras e mal acreditava que seu amado estava bem ali! A alguns passos de seu coração acelerado! Foi em sua direção e, sem qualquer palavra, como velhos conhecidos se abraçaram demoradamente, consolidando assim seus sonhos. Tinha a sensação de que era seu grande amor que retornava de uma longa viagem. Foram dias, meses e anos inesquecíveis. Meu Deus, como pode, quando se pensa que nunca mais vai amar alguém, um dia, do nada, surge "mais uma outra" cara-metade.

Nem sempre é certo o ditado "O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você", às vezes, embora se cuide bem do próprio jardim, é preciso correr, sim, atrás das borboletas! Pode dar certo!

Jandiel

Jandira Leite Titonel

jandiel
Enviado por jandiel em 24/09/2022
Reeditado em 06/01/2024
Código do texto: T7613529
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