Fica, Bill
Hoje não pretendo fazer apologia alguma, principalmente etílica, apesar de ser sábado, pela manhã, e o sol lá fora, fervendo, enquanto eu aqui, namorando esta linda parede branca à minha frente. Ela não tem dado mostra de que me abandonará tão cedo, também eu não esboço tal querer.
São 9h da manhã de um sábado ensolarado, mas nós, esta linda parede branca à minha frente e eu, vamos ficar a sós, aqui, quase imóveis, enquanto lá fora o sol ferve, pessoas passam, gesticulando, pulando, balançando bandeiras, gritando "Bora, Bill!".
Coitado do Bill, andam o convocando muito ultimamente. E não apenas o Bill, mas também a mulher do Bill, o filho do Bill. "Até quando?", me pergunta esta linda parede branca. Fico em silêncio parcial, alegando demência, imaginando algumas vantagens em ser invisível, fenômeno pouco apreciado atualmente.
Coitado do Bill, estará ainda durante muito tempo, após sua volumosa e repentina exposição midiática, fadado a viver em pleno movimento, respondendo se vai ou se fica ao "Bora, Bill"?
De minha parte, gostaria de que o Bill ficasse, que não fosse para aonde querem levá-lo. Que ficasse no exercício pleno de sua simplicidade e filosofia, de sua política de vida e de morte. Que não perdesse de vista o Neblina, o goleiro Iguana, o Ciço doido, a Fera Gotenks, o Vaqueiro, o Bred, o Joy, o Peroba e outras figuras de seu cotidiano.