À margem da sociedade - BVIW
Hoje cedo, enquanto observava as flores no jardim o bailar de um fio de teia, unindo as folhas verdinhas da minirossa, despertou - me a atenção, pois dependendo do ângulo que olhasse a teia ela desaparecia e seu flutuar cintilante brincava de esconde - esconde...
Assim como meu olhar sobre o delicado fio mudava de posição e com isso ela ficava invisível, mas continuava ali, viva, frágil e bela! Estas observações podem ser relacionadas não só as imagens da Natureza, mas com as cenas do dia a dia: das pessoas que vivem ao nosso redor, seja nas ruas do bairro, nas avenidas e praças da cidade, ou ainda naquele semáforo, no qual, homens e crianças vendem balas ou fazem malabarismos para ganhar algumas moedas.
‘Personagens’ que muitas vezes carregam, em seus ombros e almas, além de suas mazelas, o peso dilacerante da Invisibilidade social e de viverem à margem da sociedade, seja por preconceito, falta de oportunidade de construírem uma vida melhor. Dependendo do ângulo que os observamos, essa invisibilidade diminui e até desaparece e pode-se ver no rosto do vendedor de balas ou da catadora de papéis; um fio de sorriso, lindo e frágil como um fio de teia...