Iluminâncias
Tempo houve, sei que sim, em que as coisas caminhavam de uma maneira mais harmoniosa. O tempo era compatível com o necessário e tudo se resolvia dentro do contexto, sem exageros de demandas inviáveis.
Esse tempo não passou – o tempo não passa! Passaram as pessoas e novas relações temáticas se estabeleceram. O que era justo declinou, o perseverar se tornou abstrato. Os parâmetros naufragaram nas incertezas e houve, após a desfragmentação do todo, a inútil busca por fragmentar de novo o complexo viver sem norte ou sem arte.
Tempo houve em que leves misturas solucionavam tudo. Em que o básico prenunciava o completo. Houve tempos assim.
De infrutíferos dias nasce a esperança, renasce e corcoveia na ânsia de tecer a corda, de entrelaçar as pontas, de alongar o feixe de luz.