A experiência de tempo e espaço de si mesmo e dos outros, sobre as possibilidades, perigos e riscos da vida é compartilhada tanto por homens como por mulheres em todo mundo.  O conjunto de experiências que exprimem a modernidade nos remete ao ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor, mas ao mesmo tempo, ameaça a destruir tudo enfim.
A experiência ambiental da modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, as da religião e ideologia e, nesse sentido a modernidade vem a unir a espécie humana. No entanto, trata-se de unidade paradoxal, uma unidade de desunidade, pois nos despeja a todos num turbilhão constante de desintegração e mudança, de luta e contradição, de ambiguidade e angústia. Afinal, ser moderno é mesmo fazer parte de um universo noq ual, Karl Marx afirmou: "tudo o que é sólido desmancha no ar".

Quem se encontre em meio ao turbilhão estão aptas a sentir-se como sendo as primeiras e, talvez, as últimas, a passar por isso, tal sentimento gerou inúmeros mitos nostálgicos de um pré-moderno paraíso perdido. Em verdade, há um crescente número de pessoas vem caminhando em meio a esse turbilhão já há cerca de cinco séculos. Apesar de que muitas das pessoas tenham experiemntado a modernidade como rígida ameaça a toda sua história e uma variedade de tradições próprias.

Esse turbilhão da vida moderna tem sido alimentado por muitas fontes: grandes descobertas nas ciências físicas, com a mudança da nossa imagem do universo e do lugar que ocupamos nele; a industrialização da produção, que transforma conhecimento científico em tecnologia, cria novos ambientes humanos e destrói os antigos, acelera o próprio ritmo de vida, gera novas formas de poder corporativo e de luta de classes; descomunal explosão demográfica, que penaliza milhões de pessoas arrancadas de seu habitat ancestral, empurrando-as pelos caminhos do mundo em direção a novas vidas; rápido e muitas vezes catastrófico crescimento urbano; sistemas de comunicação de massa, dinâmicos em seu desenvolvimento, que embrulham e amarram, no mesmo pacote, os mais variados indivíduos e sociedades; Estados nacionais cada vez mais poderosos, burocraticamente estruturados e geridos, que lutam com obstinação para expandir seu poder; movimentos sociais de massa e de nações, desafiando seus governantes políticos ou econômicos, lutando por obter algum controle sobre suas vidas,
Enfim, dirigindo e manipulando todas as pessoas e instituições, um mercado capitalista mundial, drasticamente flutuante, em permanente expansão. No século XX, os processos sociais que dão vida a esse turbilhão, mantendo-o num perpétuo estado de vir-a-ser, vêm a chamar-se “modernização”. A modernização que se renova infinitamente... ainda que com vetustos valores com roupagens recém-inventadas...

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/09/2022
Reeditado em 15/09/2022
Código do texto: T7606381
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