Da vidraça

Do 20 (Vigésimo) andar mesmo garoando as luzes permiti ver o bailado das partículas antes de tocarem no chão. O efeito do etílico já no seu estagio final, me deixa mais sobrio, aquela pessoa desinibida e eufórica estava desaparecendo, a brisa que entrava pela fresta ajudava cair mais rápido num mundo real.

Não acreditava no que ocorreu, como pode um jardim repleto de flores, num estante murchar, secar, o aroma de felicidade, num piscar de olhos se transformar em um rio de lágrimas e dor.

Em cima do sofá, o livro que estava lendo, paraste na página 200, o final da história terminava 360. O silêncio do quarto corrobora com sua ausência, ao abrir o guarda roupa os seus vestidos deixaram de exalar o perfume de outrora, mas aqueles que foi testemunha do aniversário de um ano de nosso casamento, já não estava mais lá, afinal fiz questão de cobrir o seu corpo gelado.

Noite longa minha amiga, tem horas que ouço a porta abrir, tenho vontade de ir ao encontro, mas o medo e maldita razão falam mais alto, tenho que aceitar está separação.

O telefone ficou mudo, tudo envolta lembra você; é minha querida me ensinaste amar, porém esquece-la jamais pensei que iria precisar dessa disciplina.

Busco no horizonte as estrelas que víamos enquanto namorávamos na sacada da sala, mas o tempo nublado não permite vê-la, já que dizia que gostaria ser uma delas, quem sabe amanhã ao sol se pôr, posso encontra-la sim distante, mas é melhor que nada, quem sabe ameniza a dores que insiste morar no meu peito.

Peço encarecidamente vá com seu jeitinho meigo e educado, pede aos chefes dos anjos, que por um segundo permita sua presença no meu sonho, confesso se isso acontecer aprender a rezar de joelho como você fazia todas as noites antes de dormir.

Jova
Enviado por Jova em 14/09/2022
Reeditado em 14/09/2022
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