Flexes armazenadas
Ainda que seja branco e preto, foi projetado e fotografado pela minha retina.
Hoje não existe mais, onde era a casa onde passei minha infância, só restou um monte terra vermelha, por sinal o plantio neste local não cresceu, ralo, pequeno, deixa a mostra a terra onde descansava o alicerce da minha “fortaleza”. Mais adiante coberto pela vegetação ficava os enormes pés de mangueiras, e uma vasta variedades de citros e outras frutas não menos saborosa.
Bem mais abaixo um cercado, onde era aprisionado a vaca Baronesa, e seu filhote que fornecia todas as manhãs o suculento leite cremoso direto da fábrica. Ao lado um coberto, na verdade servia de depósito, anexado a ele o velho paio sempre abarrotado de milho.
Como foi dito logo no início, estas cenas na realidade não existem mais, porém revendo as fotos, e buscando no “arquivo” da memória, que já tem momentos de oscilações, abrigo debaixo desse sortudo pé de manga fico relembrando ao focar as imagens desse fiel local, suspiro fundo e sinto as lágrimas escorrer pela face.
Antes de ir embora, avisto na copa da peroba seca um solitário sabiá, tenho nítida impressão que ele está me observando, pelo seu comportamento deduzo que esteja passando por instantes semelhantes ao meu, curtindo a saudade de algo que não volta mais.......