Dano colateral - BVIW
Assistindo aos filmes norte-americanos percebi que em toda casa, especificamente no banheiro, tem um armário com inúmeros remédios, dentre eles: ansiolíticos e antidepressivos, e pelo visto são prescritos pelos médicos, já que nos rótulos contém os dados do paciente. Em muitas situações, nos filmes, o uso da maconha é uma espécie de relaxante, e as pessoas usam como se fosse goma de mascar. Esse retrato mostra o quanto a sociedade está doente e carente de atenção, mas com a liquidez do tato não há remédio capaz de curar a dor da alma. Por outro ângulo, essa fotografia social dentro da sétima arte pode representar uma indução ao consumo de remédios, uma forma de enriquecer e fomentar a indústria farmacêutica, assim como a moda e a culinária. Um retrato da vida social, cruel e desumano, pois para estar no poder ou rol da fama precisa alienar e transformar a mente do semelhante. E até mesmo brincar com os sentimentos e emoções do indivíduo que tem na essência o desejo de pertencimento e aceitação. Não é fácil observar esse tipo de mensagem subliminar, uma vez que somos treinados para ver o par romântico, a bola, a mocinha e o bandido, enquanto o tempo escorre pelas mãos. Neste contexto, a mente humana segue escrava do sistema social que é orquestrado para conduzir o indivíduo à aceitação passiva, e aquele que se insurge é alguma coisa fora da ordem social . Nestes termos, não podemos fechar os olhos para essa reprodução sistêmica formatada e achar que o efeito placebo não gera dano colateral.