País imbrochável
Imbrochável é todo o meu povo brasileiro que resiste há 200 anos de roubalheira e desonestidade política.
O dia era de comemoração ao meu bicentenário de independência. Temos o que comemorar?
Com a resposta, cada um de meus filhos, o que tenho é a certeza de que o bom senso, e o respeito às senhoras, crianças e ao meu povo heroico deve ser garantido, principalmente, quando o enunciador é meu mandatário, a máxima autoridade de um país democrático de direito, e quando o contexto de produção do enunciado requer formalidade e homenagem.
Em um de meus lugares históricos e lindos, a Esplanada dos ministérios em Brasília, estavam milhares de filhos desta mãe gentil para demonstrar seu patriotismo e contemplar as belezas cívico-militares que mora em mim.
Lembro que quando Dom Pedro I proclamou a minha Independência em 1822, ele gritou:
“Independência ou morte!” – Num ato de amor e coletividade.
E agora, quando o meu presidente machista protagonizou o bicentenário da minha independência ele gritou:
“Imbrochável! Imbrochável! Imbrochável!”
Nítida diferença entre a independência coletiva e a dependência pessoal.
E, eu, aguerridamente, grito: “Independente e imbrochável! Pois não perco a esperança da paz no futuro e, me orgulho da glória do passado, mesmo diante de tantas coisas errantes que me fazem desde meu nascimento.
Clemilda Sousa