Ruy Barbosa - História
Colhi, na "Folha de São Paulo", esta interessante notícia sobre Ruy Barbosa, publicada em 15 de agosto de 1922, na "Folha da Noite".
Pretendia comentá-la, levando em consideração o conselho que o Águia de Haia deu ao Brasil, como o meu leitor verá.
Apenas para dar robustez a esta mini-crônica, lembro, a seguir, o que muita gente não sabe ou esqueceu: a data do nascimento e da morte de Ruy. O ilustre brasileiro, jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e exímio orador é baiano. Nasceu em Salvador no dia 5 de novembro de 1849 e morreu em 1 de março de 1923, em Petrópoles.
Que diz a notícia, publicada no dia 15 de agosto de 1922, sobre o nosso Ruy. Vou transcrevê-la, para que o leitor aquilate sua importância. "Melhora o estado de saúde de Ruy Barbosa, que recupera a consciência", é a chamada da notícia, divulgada, ao que me parece, com o recomendado destaque. E agora a notícia: "O estado de saúde do senador Ruy Barbosa - que passou mal no sábado (12) com uremia (...) continua a apresentar sensíveis melhoras.
E continua: "Com a evolução, o médico Miguel Couto julga que o eminente brasileiro está quase fora de perigo de perder a vida. O político, que recebeu a extrema-unção, recuperou a consciência, passando a reconhecer as pessoas que o assistiam no tratamento. Ele conversou com a sua mulher e seus filhos em torno do leito e disse: "Trabalhem pela pátria e cultivem a virtude". O ponto alto da notícia é, sem sombra de dúvida, o conselho de Ruy.
No dia 15 de agosto de 2022, fez 100 anos que o ilustre brasileiro, pequeno no tamanho, mas enorme na postura moral, deu esse conselho: "Trabalhem pela pátria e cultivem a virtude". E eu pergunto: será que a lição do Mestre foi bem acolhida e está sendo obedecida? E eu respondo: nem tanto.
As recomendações de Ruy Barbosa nunca foram rigorosamente obedecidas pelos brasileiros. E não são apenas os políticos que não as cumpem ; mas são sempre os primeiros a receberem as cacetadas, acusados de mal comportamento. E olha que faz quase um século (Noventa e nove anos) que Ruy falou, do seu leito de enfermo ilustre...