Imagine uma mangueira desprotegida com água de alta pressão fluindo através dela. A pressão é tão alta, o cano está caoticamente chicoteando, dançado no ar, se debatendo por todo lado, a PRESSÃO DENTRO é enorme!
Este movimento de chicotear e agitar me lembra muito, metaforicamente falando, do jeito que eu sou. Onde altas pressões dentro de mim, escondidas para os outros, causam caos visível e FALHA nas circunstâncias externas da minha vida. É apenas ao fracasso e principalmente ao FALHAR que a sociedade presta atenção, de modo geral. É o mesmo que com a mangueira, não é a pressão interna que é óbvia ou visível para qualquer observador, é o cano balançando descontroladamente por todo o jardim, essa é a parte óbvia.
Quando se trata de vida, eu estava me debatendo em todo lugar. Essa discussão externa é o que as pessoas veem, NÃO a causa interna. Caso não esteja claro, se debater significa coisas como doença mental, falta de moradia, vício, prisão, cultura de abandono e assim por diante, qualquer tipo de caos ou disfunção social. Estou sendo geral, é claro, mas só para dar uma ideia.
É estranho como comecei a me ver em uma mangueira de jardim. Já me descrevi como um barco, um farol, um coelho, um poste de luz, uma borboleta aflita, um novelo de barbante atado. Agora sou uma mangueira no jardim da sociedade, acenando e se debatendo loucamente. Muito menos do que eu fiz, admito.
OS BRAÇOS BALANÇANDO LOUCAMENTE... A PRESSÃO DAS IDEIAS, A LOUCURA DE EXPRESSAR-SE E O MEDO DE NÃO SER COMPREENDIDO.
Observo a mangueira de jardim bailando sob a grama e penso... Eis minha alma, meu ser, minha loucura e liberdade quando o ápice da fluidez acalma...