O espigão da saudade
Tarde de sol rebuscado com fumaças, umidade baixas, folhas secas retorcidas pelo chão, caminho entre macega que sobressai entre a palhada que tempo atrás foi cultura de milho. Não demorou levanta voo uma perdiz, olhei com detalhe vi um ninho com dois filhotes, pareciam assustados, ofegantes, bico abertos, olhinhos regalados, para não aumentar mais seu stress segui em frente.
Deve ser miragem da mente, avistei um senhor longe com uma sacola tira colo, com uma foice nos ombros, o saco de estopa em umas das mãos segurando a cabaça d’água, e o amigo fiel correndo ao lado.
Parei de andar, afirmei o olhar naquela imagem, que foi se perdendo à medida que descambava morro abaixo. O sol ia escondendo, a penumbra logo cobriria com seu manto escuro, todo espigão que um dia acompanhei o meu velho em uns de seus momentos de lazer.
Volto pra casa remoendo o passado que não volta mais, fiquei sabendo que aquela área foi arrendada para um usineiro, com certeza só na minha imaginação vai ficar o morro do espigão.
O tempo caprichoso além modificar as paisagens, com suas gôndolas de embarcações apropriada, quem viajou nele não volta mais , e com seu relógio biológico natural continua a degenerar os tecidos de tal forma, que o formato do passado é bem diferente do que persistem hoje.