Minha vida de adolescente foi tão divertida que hoje tenho saudades. As festas Juninas, as paqueras nas ruas (de longe), dos beijos escondidos , tudo era uma maravilhosa aventura! Os bailinhos inocentes, as excursões de escola, os cadernos de poemas, o radinho de pilha, as brincadeiras dançantes, as boates proibidas. Os diários guardados embaixo do travesseiro, o fumar escondido, a cuba libre que nos deixava com a cabeça leve e o riso solto.
E enquanto tudo isso acontecia, o Ronnie Von jogava seus cabelos para trás cantando "Meu Bem", enlouquecendo a plateia; a Martinha "daria sua vida" naquele "dia de domingo" do Tim Maia, e o Roberto homenageava Caetano nos "Caracóis de seus cabelos".
No fim de semana surgia uma idéia de viagem para a praia, tomar banho de mar e se torrar no sol e voltar a noitinha, de pé, no ônibus com o sal pinicando no corpo. "- Que programa de índio filha!" - ouvia meu pai. Não havia um diazinho sequer sem um plano, sem uma idéia mirabolante e uma rotina colorida.
Tudo tão diferente do mundo de hoje, quando colecionamos fotografias sem alma em pen drives frios , e pescamos idéias, dando vários clicks dentro de um mundo metálico.