AQUECEDOR IMPROVISADO

 

 

Nasci na cidade de Lages e fui criada em Curitibanos - SC, ambas no planalto catarinense, a região mais fria do país. Próximas a estas cidades ficam São Joaquim, Urupema e Urubici, que todo inverno são notícia pelas temperaturas mais baixas da estação e até alguns eventos de neve.

 

Hoje resido em Curitiba, a capital mais fria do país. Como vim daquela região, estou perfeitamente adaptada, pois aqui não faz tanto frio como lá. Os costumes daquela área são diferentes do restante do país.

 

Na minha infância e adolescência, há muitos anos atrás, não havendo aquecimento central e nem aquecedores de ambiente, era imperativa a instalação de fogão a lenha e lareira e ter suprimento de lenha seca sempre à mão.

 

Lá em casa havia um fogão desse tipo na espaçosa cozinha, permitindo que no inverno priorizássemos o local para qualquer atividade interna. Era preciso saber acender um fogo e alimentá-lo com lenha grossa, queimando durante todo o dia. Nesse fogão as refeições eram preparadas, assava-se pinhões e um bule de café ficava durante todo dia aquecido. Os assentos mais próximos ao fogão eram muito disputados. Não havia água quente nas torneiras e mamãe fervia o líquido para lavar a gordura de panelas e pratos. O chuveiro era elétrico e tínhamos uma banheira para a qual fervíamos um caldeirão de água para misturá-la à água fria. A lição de casa, bem como joguinhos, brincadeiras, leituras, costuras e outras atividades eram feitas na mesa da cozinha, para aproveitar o calor do fogo.

 

Cessadas as atividades, à noite, depois do jantar, cada um de nós pegava seu tijolo do forno aquecido, embrulhava-o em um saco de algodão e rumava para a cama. Os sacos eram comprados por mamãe no armazém da cidade. Às vezes vinham com restos de açúcar ou cereal. Ela os lavava, esfregando com sabão, deixando-os por alguns dias alvejando ao sol, sobre a grama. Os tijolos, que depois de limpos iam para o forno, representavam a maneira mais barata e eficiente de aquecer nossos pés à noite, na cama. Algumas pessoas testavam bolsas e litros de água quente, entretanto sempre havia o risco da água vazar.

 

Muito mais tarde, apareceram aquecedores elétricos, a gás ou a óleo e aparelhos de ar condicionado. Possuo um desses aquecedores a óleo, que esquenta apenas um pequeno ambiente, porém o suficiente para vermos TV com mais conforto nas noites frias de inverno. No restante do dia, estamos em movimento e o frio é suportável.

 

 

Aloysia
Enviado por Aloysia em 04/09/2022
Reeditado em 05/09/2022
Código do texto: T7598294
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