Juventude

MORO há mais de vinte anos num apartamento em prédio vizinho de um dos maiores colégios do Recife, o Colégio das Damas. Assim, no período das aulas assisto diariamente (da janela, moro no primeiro andar) centenas e centenas de jovens indo e vindo àquele educandário. Uma festa que presencio todos os dias.

Há quem reclame e não goste daquela “algazarra” e zoada dos jovens. Eu adoro, acho lindo aquela alegria, disposição, espontaneidade, vigor, prova de vida. Não há sinais de tristeza e nem de maldade. Sim, às vezes dá para flagrar amassos, carinhos, beijinhos, esses folguedos próprios da idade, feitos às claras e não por debaixo dos panos como se fazia antes.

Concordo que a educação e a cultura estejam em baixa, mas a culpa não é dos jovens. De jeito nenhum. Tem mais: durante esse tempo que assiso a esta festa diária nunca testemunhei uma só briga ou qualquer tipo de arruaça. Juro. Concordo que pode ter havido alguma exceção, nada de grave. Na verdade a juventude é pacífica. Quem dá maus exemplos a ela é a sociedade, os mais velhos.

Sei que a irreverência dos jovens, sua linguagem, seu jeito de ser choca alguns coroas e puritanos em compotas, mas a verdade é que a juventude é pura e Franca, não é maldosa. Viva a juventude. Inté,