Abu.....Ela.

Um estranhamento já tão reconhecido que não mais devia chamá-lo assim, pois fora ele que tantas vezes lhe dera tempo de vestir sua armadura, sempre às pressas,sempre sem jeito, sempre à força, avessa ao que desejava seu coração.

Pouco riu. Pouco falou. Parecia querer se poupar, mas não se poupa a vida, não se deve nunca se poupar de ser....então foi.

Cansada que estava, foi pouco, foi fraca, foi dúbia, foi triste, mas não chorou.

Depois de ser, percebeu estar...

Estar diferente, estar dura, estar sem lar, sem lugar, momentâneamente sem chão ...

Estando assim não deu...

Não deu presença, não deu certeza, não deu pra continuar... só uma coisa ocupava seu pensamento...a gente faz sempre coisas repetidas, até que a gente se acostuma tanto que para de ver o que está de fato fazendo, para de desconfiar, para de ligar nossos alarmes, alertas. Aí, na desconfiança de que tudo vai voltar a se repetir, a gente relaxa, e cai nos lugares onde dissemos que nem mesmo voltaríamos a estar... Lá.

Suze Rodrigues
Enviado por Suze Rodrigues em 01/09/2022
Reeditado em 03/09/2022
Código do texto: T7596380
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