Samba paralítico

Sofremos pelos excessos: parasitas políticos (tumores humanos no seio da sociedade) querendo reeleição, paixões imbecis, textos mal escritos (gerados por ideias cansadas, dolorosas, enlutadas etc.), amizades extremamente falsas, inimigos mais dentro do que fora de nós, juízos equivocados, viver no passado, sofrer por um futuro incerto, ignorar o presente, desejar o que não nos faz falta, menosprezar o que temos, confiar em hipócritas, alimentar vermes (de todo tipo), defender nossos algozes, crer numa falsa vida após a verdadeira (essa, em que tropeçamos, levantamos devemos nos acostumar a ir levando em vez de viver, custe o que custar...), chorar de barriga cheia, sofrer pelo desnecessário, amar o que não deveríamos, morrer por quem não merece, chorar para a lua, gastar vela com defuntos ruins, defender o indefensável, punir inocentes, lutar pelo que não faz sentido, criticar o que não precisa, jogar a saúde fora, "correr atrás do prejuízo", fazer piquenique na sombra dos outros, detestar quem não merece, dar atenção de igual modo, fugir de nossas responsabilidades, aceitar migalhas, apostar o dinheiro que não temos, perder os poucos bons momentos que marcariam nossa vida... Essa lista é enorme. Eu só me lembrei de alguns itens. O resto é resto – e indigesto. Funesto – não menos, contudo, que esse monte de erros e fracassos de que mencionei...