O silêncio que precisava

Deitado na cama, tudo está escuro no seu aposento nessa ora, afinal quando toca no relógio digital no criado-mudo pudera se faz 02 (duas) horas da madruga. Sente um calafrio, com esse silêncio se sente incomodado. Faz pensar mais que deveria, desesperar, afundar mais e mais no buraco negro chamado ansiedade e, como se não bastasse, faz sentir medo. Medo de ruídos que não existem, do sussurrar do vento que soa em sua janela, ou do ranger da porta que insiste em atormentar.

O companheiro silêncio está sendo cruel naquele instante, pois evidencia sua solidão. Não é como um livro que preenche a lacuna vazia da madrugada, ou como a música que invade o ambiente da forma mais encantadora possível.

Procura suavizar na medida do possível seus pensamentos, entretanto, ainda assim, às avalanches no silêncio quer insistir nas dores de sua alma.. Por quê? Será! Porque deve dar a chance mesmo sabendo que de nada vai resolver. Na verdade, talvez seja falta dela que o assuste tanto…. Ou porque, no silêncio, busca ouvir a voz de Deus e de seus anjos.

Sinceramente, não há silêncio tão bom quanto a voz de Deus…. É um silêncio que fala o que precisamos ouvir…. Um silêncio quieto e barulhento, cheio de graça e luz…. Um silêncio dotado de paradoxos indescritíveis que, muitas vezes, é a única coisa que precisa ouvir.

Bem, talvez devesse calar mais o mundo para dar ouvido aos silêncios de Deus…. E quem sabe fechar os olhos para enxergar a paz que tanto desejo?!

É estranho…. Calar para ouvir…. Fechar os olhos para ver…. Quer dizer, estranho não! Divino. Estranho é não entender….