Sr Klein
O carro do Senhor Klein era tão silencioso que parecia que nem era um carro, mas uma nave que pousava na rua em frente ao nosso portão. Ele era um bigodudo simpático que vinha com a esposa nos visitar. Tão alto que tinha que se abaixar para entrar pela porta de casa. Sentado no nosso sofá, conversava com minha mãe e ia anotando números em sua agenda usando uma caneta de ponta fina. Ele vinha buscar os saquinhos cheios de pecinhas que ela fazia -- pequenos tubos de vidro com um fio de cobre no meio, e nas pontas minúsculas tampinhas de alumínio que chamávamos de "canequinhas". Depois fazia cálculos e preenchia um cheque. Antes de ir embora deixava mais tubinhos de vidro, mais canequinhas, rolos de solda, carretéis de fios de cobre...