ALHEIOS AO MUNDO
A tarde está alheia à vida. No ar, nenhuma emoção. O verde das árvores está apático e sem brilho.
O sol, de tempo em tempo, aparece receoso para, em seguida, esconder-se; não quer compartilhar o clima de desmotivação que tomou conta das ruas da capital sul-rio-grandense, e de sua população.
As pessoas olham a vida passar indiferentes a tudo e a todos. Nas calçadas, folhas amarelecidas e muita umidade; nos corações, muitos temores; nas almas, muitas aflições.
O dia amanhecera preguiçoso e traumatizado com os fatos do cotidiano. O vento removeu algumas impurezas da terra e lágrimas brotaram do céu, purificando, um pouco, a terra, mas de nada adiantou, os homens continuaram a ver a vida passar alheios aos mundo. Alguns se preocupam com o que lhes possam acontecer; outros, mantêm-se indiferentes. Nos rostos, mágoas e perdas; no andar, caminhos tórridos e corações calejados tais quais comportamentos antiéticos que se alastram entre nós.