FREI MULAMBO

Francisco de Paula Melo Aguiar

O imaginário popular nos ensina que é melhor levantar tarde e ficar alerta do que levantar cedo e ficar sonolento o dia inteiro.

Isso é fato, por exemplo, quando uma criança está irritada o adulto percebe que ela está precisando dormir para renovar a "força" mental e ou a "bateria". Não é por acaso que o próprio adulto na "labuta" diária se torna impaciente com os colegas de trabalho e até mesmo com os clientes. Por incrível que pareça, chega ao ponto de ficar menos tolerante consigo mesmo e com quem está em seu entorno. São os ossos do ofício e ou as dificuldades de trabalho. O excesso de trabalho provoca tal desconforto emocional, por isso que depois de cada doze meses de trabalho, o empregado tem o "PA" ou período aquisitivo de férias e dentro dos doze meses seguintes tem o direito ao "PG" ou período de gozo de 30 (trinta) dias de férias individuais para recompor as energias mentais e emocionais.

O "PA" não é progressão aritmética, assim como o "PG" não é progressão geométrica, mas sim a origem de nos "ligarmos" e "desligarmos" todos os dias das atividades laborais para dormir e acordar no sono de outra vida, refeito das energias mentais e emocionais para "labutar" cada jornada de trabalho com coragem e sem interrupções. É de suma importância o intervalo para descanso do indivíduo entre jornadas de trabalho diário, assim como o conceito de repouso semanal ou de fim de semana. Intervalo de trabalho com interrupção é prejudicial ao indivíduo, nem que seja em "pensamento", porque perde o sono e passa noites e dias em "claro". Tem algo errado...

Sim! Em outras palavras, a falta de sono é semelhante à embriaguez no indivíduo, porque vira uma espécie de "Zumbi", dormindo acordado, ligado e nunca desligado no relógio vital... sofrendo desconforto de vida e de morte.

E foi isso mesmo que aconteceu com "Frei Mulambo", na fábrica que trabalhava tirava folga dos colegas de trabalho para aumentar a renda familiar, até ficar sem reservas físicas e mentais que todo e qualquer ser precisa para alimentar a esperança de vida e viver bem.