A GRANDE HERANÇA

Tudo vem de um princípio,certo! E esta; é uma das verdades absolutas, tão palpáveis e inquestionáveis que; só aprendemos com o tempo.

A riqueza é um destes demonstrativos;ela não brota sem uma primária ação.

" Toda ação gera uma reação "

E para provar isto, escrevo este pequeno trecho da vida de um milionário e de seu primogênito.

O tal primogênito, teve uma Infância rica, nunca passou necessidades materiais, tudo veio e vinha até às suas mãos, na facilidade adquirida de berço, desde que nasceu, nunca compreendeu a lei do esforço.

Após sair da adolescência e atingir a maturidade, sua vida ainda tinha grandes mimos, carros, cartões de crédito, dinheiro no bolso, isento de esforços, mas enfim; chegou o momento onde começaram as restrições impostas pelo pai.

Dono de uma das maiores empresas automatizadas em fabricação de pneus.

Consegui atingir o ápice.

Mas antes disto acontecer, bem antes de seu nascimento, o seu próprio pai, aprendeu e lhe ensinou cedo demais a achar furos e remendos numa pequena borracharia de propriedade familiar.

Borracharia genealógica,repassada pelo seu bisavó.

Quando os pneus eram raridades como os carros, verdadeiros artigos de luxo.

Vindo de uma família de imigrantes italianos, chegaram a outras costas sem nada, mais com uma rica curiosidade interior.

O Milionário em questão, desinquieto desde menino, fazia das tarefas de todos os dias, um aprendizado.

Daí,começou a dar forma a um grande empresário.

Sabia o valor do trabalho, e a dificuldade de transformar seu conhecimento em dinheiro.

pois além de concertar e vender pneus velhos, também os recicláva, não perdia nada, vendia pneus novos e velhos, de vários estilos, para todos os carros.

Foi então que montou sua primeira e grande fábrica , e a primeira das mais de 150 lojas espalhadas pelo país.

Conseguiu ser um grande acumulador de posses, bem sucedido como era, dono agora de uma grande franquia, estava entre os grandes nomes dos mais bem sucedidos homens do pais, que com suas empresas movimentavam a economia pátria.

No fim de sua vida, posto a frente de uma enfermidade incurável, chamou seu filho para lhe dar a notícia dos bens que iria lhe deixar.

Infelizmente, seu filho já crescido e mimado, recebeu o recado com a felicidade dos bens que poderia adquirir neste mundo temporário,seu pai iria lhe deixar uma boa fortuna quando morresse, pensava o primogênito.

E era chegado a hora.

Seu pai já sabia das pretensões do filho, desta falta de caráter que o poder constrói,pela facilidade da vida, mas não o condenava por ser assim, talvez ele mesmo tivesse errado na educação do próprio filho, não fizera como seu velho pai, a colocar na labuta.

Fôra ele mesmo que criou uma forma de dar para o filho tudo que ele não teve, mas exagerou na dose.

E como diz o ditado: remédio em demasia, transforma em veneno, pois tudo tem de vir na proporção adequada nesta vida.

Mas ainda havia tempo, nem tudo estava perdido...

Acreditava no poder do sangue familiar, pois acreditava que a maior herança dada pelo seu pai, fora uma antiga caixa de ferramentas, e aquela singela herança o colocou no patamar onde se encontrava na hierarquia dos poderosos.

Mas tudo passa neste mundo de ilusões.

Ao chegar no leito do hospital, seu filho se surpreendeu; infelizmente seu pai já havia partido, e ao lado estava o advogado da família.

Se entristeceu com a morte do velho pai, apesar da ganância, mas aguardava um parecer do advogado de seu pai, quanto sua parte totalitária dos bens, foi quando o mesmo lhe deu a notícia sobre o direcionamento dos bens do seu pai, o grande empresário tinha destinado todo seu patrimônio a instituições de caridade e outras instituições particulares de estudo para a cura de doenças terminais como o câncer, deste terrível mal que ceifou a sua vida.

Seu filho congelou quando o advogado da família terminou de falar sobre o testamento,e sobre o destino do patrimônio familiar, e sobre o que havia ficado para ele, claro que sua grande casa foi deixada para o filho, mas a grande herança foi a mesma antiga caixa de ferramentas, aquela deixada pelo seu pai, para que começasse a trabalhar pelo seu próprio sustento.

Aquela pequena caixa com o material de trabalho passada de geração a geração.

O advogado foi embora,seu trabalho estava feito, no último instante antes de sair do hospital, olhou para trás, vendo o herdeiro da família sentar em uma cadeira aos prantos, chorando pelo que tinha " perdido ou ganhado em sua vida"

Ao abrir a caixa junto as ferramentas, havia um pequeno bilhete escrito:

Filho sei o quanto te amo, me perdoe pelo que deixei de fazer, e por isso; repito as palavras do seu avô; meu velho pai: está aqui a primeira moeda multiplicadora do seu próprio sucesso.

Cabe a você dar o primeiro pontapé inicial neste grande jogo da vida.

( Do meu livro: Textos Avulsos)

( Autor: George Loez)

George Loez
Enviado por George Loez em 19/08/2022
Código do texto: T7585583
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