Delírio noturno
Se vê num lugar desconhecido, um dia ensolarado e um céu de brigadeiro, pela sombra das árvores não tinha dúvida mesmo não tendo relógio ainda era inicio de manhã. Olha pela janela ao despertar o telefone toca. Atende. A vos dizia que, teria que esperá-la. Meio confuso o cérebro mandou mensagem confirmando que esperava sim! Levanta, faz a barba, lava rosto e desce para tomar o café. Não demorou volta para quarto vê a mala ainda arrumada, procura metabolizar a situação atual, mas ansiedade turvava por dentro.
Senta em frente a escrivaninha e nada de inspiração para escrever algo. Resolve dar uma volta, avisa na portaria que se alguém procurar, diga para esperar que logo virá.
Apanhaste um táxi, medido pelo taxímetro, e chegaste ao aeroporto. Como não tem bagagem finge esperar por alguém, senta num banco no saguão. Passaram as horas que te pareceram muito mais longas porque não tinhas nada para preenchê-las, apenas a tua espera, apenas o teu olhar a desembaraçar-se sobre pessoas que se dirigiam a algum lado.
O tempo longo se fez cinzento, iluminado por lâmpadas cansadas, ar artificial.
Lembra que tem que voltar! Ao chegar no hotel, pasmo foi informado que ninguém veio a sua espera.
De repente, não sabias o que fazer com todo o tempo que tinhas à tua frente.
Não sabe que fazer? Deita uma madorna leva-o a outro lugar desconhecido, o telefone volta tocar mas ele não atendeu.
Puxa o telefone do hotel, carrega o número 9, pede uma salada, não demora bate à porta, entra um rapaz com a salada, comeu e adormeceu.
Era manhãzinha, acorda. Com as miniaturas de sabonete e de Shampoo do hotel cumpriste todos os teus rituais de higiene.
Vesti a mesma roupa que chegou ali. Olha no espelho que está na sua frente, entende que tudo foi um sonho, depois do acidente ocorrido a muito tempo atrás, só restou ele.