Velha bilheteria
Olá amiga! Não está reconhecendo, lembra daquele jovem magrinho, raquítico, tímido, segurando numa das mão uma bolsa preta desbotada, e outra uma sacola branca.
Cheguei perto do seu guichê que mais parecia uma casa de câmbio, balbuciei uma passagem, estava nervoso era minha primeira viagem sozinho.
Quantos sonhos não realizado deixado para trás, foram entulhados, encaixotados, esquecidos e outros fazendo de conta que valeu apenas ter vivido aqueles dias, quantos olhares perdidos, lenços acenando, se afastando a dor no peito aumentando, corações batendo acelerado querendo correr, sentindo nó na garganta como se estivesse sento esganado.
Agora está empoeirada, coberta de teia de aranha, o silêncio arranca lágrimas, recria imaginações daqueles tempos dourados que não volta mais. Parece que tenho aquela idade nesse momento, me vejo trajado como tal, hoje entendo a busca da prosperidade, sinto o aperto dos abraços de minha mãe, sussurrando dizendo: “Vá, vá com Deus em busca de seus sonhos, vou ficar rezando por ti”.
Velha bilheteria!!!! Se servi de consolo também envelheci, as vezes me pego picotando o tempo, visitando as veredas que o destino reservou pra mim, até chegar o final da viagem que marcado no surrado bilhete!