EU QUISERA

Pelo menos hoje, quisera ter o vôo dos pássaros para sobrevoar as ruas, os guetos e favelas, e ver de perto o mal que aflige os mais pobres.

Quisera ter o poder de, com uma varinha de condão, tocar na fome e transformá-la em opulência, na doença e levar a cura, na dor e tristeza e transmudá-las em bem estar e alegria.

Nesse vôo, com o poder da varinha, tocaria nos corações dos governantes, transformando-os em justiça, em paz e levando-os a exercer seus mandatos com probidade, amor e competência.

Plenária sobre os campos de guerra e substituiria as armas por flores, a discórdia por compreensão, os hinos marciais por cânticos de paz.

Visitaria as escolas e universidades e criaria um campo de harmonia, onde todos aprenderiam, além das matérias de praxe, normas de ética, moral, amor a Deus e ao próximo.

Sobrevoaria, nesse vôo místico, os sonhos de toda a humanidade, impregnando-os com bons sentimentos, concórdia, perdão, fé e esperança.

Finalmente pousaria no mais alto dos montes e de lá, com um olhar de Paraíso, admiraria a obra da criação e adormeceria, feliz e inebriado, acreditando no dia de amanhã.